Presidente dos EUA impôs tarifas de 50% a todos os produtos importados pelos brasileiros Macroeconomia, Brasil, Café, Carne, CNN Brasil Money, Comércio, EUA, Guerra comercial, Suco de laranja, taxação, Trump CNN Brasil
Associações produtivas brasileiras de segmentos variados reagiram com preocupação à taxação de 50% sobre produtos brasileiros exportados aos EUA anunciada por Donald Trump nesta quarta-feira (9).
A Amcham Brasil (Câmara Americana de Comércio para o Brasil) manifestou preocupação com a decisão norte-americana e projeta que a medida pode causar “impactos severos” sobre empregos, investimentos e cadeias produtivas integradas entre os dois países.
Segundo dados da Amcham, o comércio de bens e serviços entre os dois países é complementar e tem gerado benefícios para ambos, sendo superavitário para os Estados Unidos ao longo dos últimos 15 anos, com saldo de US$ 29,2 bilhões em 2024.
O anúncio foi feito pelo republicano em carta enviada ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva e publicada na rede Truth Social. A nova alíquota está prevista para entrar em vigor em 1º de agosto.
“Reiteramos a importância de uma solução negociada, fundamentada na racionalidade, previsibilidade e estabilidade, que preserve os vínculos econômicos e promova uma prosperidade compartilhada”, escreve a Amcham em nota à imprensa.
Para o setor de suco de laranja, a decisão de Trump é “péssima” para a exportação de produtos da laranja. De acordo com o diretor-executivo da CitrusBR, Ibiapaba Netto, o segmento foi pego de surpresa e vai analisar os impactos da medida.
“Entendemos que essa medida afeta não apenas o Brasil, mas toda a indústria de suco dos EUA, que emprega milhares de pessoas e tem o Brasil como principal fornecedor externo há décadas”, disse.
Na mesma linha, a Abiec (Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes), que representa os principais frigoríficos exportadores do país, também criticou o uso de disputas geopolíticas como justificativa para barreiras comerciais.
“Reforçamos a importância de que questões geopolíticas não se transformem em barreiras ao abastecimento global e à garantia da segurança alimentar, especialmente em um cenário que exige cooperação e estabilidade entre os países”, destaca em nota.
A associação disse estar disposta a contribuir com o diálogo entre os dois países para que “medidas dessa natureza não gerem impactos para os setores produtivos brasileiros nem para os consumidores americanos”.
O diretor-geral do Cecafé (Conselho dos Exportadores de Café do Brasil), Marcos Matos, destaca que o Brasil detém cerca de 30% da participação de mercado nos EUA.
Segundo o executivo, os Estados Unidos são o país que importa café e agrega valor na industrialização: para cada dólar de café importado, são gerados US$ 43 na economia americana, com 2,2 milhões de empregos, representando 1,2% do PIB norte-americano.
“Nós temos a esperança de que o bom senso prevaleça, com previsibilidade de mercado, porque sabemos quem vai ser onerado é o consumidor norte-americano e que haja previsibilidade de mercado, porque quem será onerado é o consumidor norte-americano. Tudo que impacta o consumo é prejudicial ao fluxo comercial, à indústria e ao desenvolvimento dos países, produtores e consumidores. Portanto, estamos esperançosos de que se estabeleça uma condição mais apropriada e adequada para o comércio de café entre Brasil e Estados Unidos”, afirma Matos.
Com informações da Reuters
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