Após um bloqueio de 11 semanas, Israel permitiu a entrada de 100 caminhões de ajuda em 21 de maio, nenhum deles da agência da ONU Internacional, Faixa de Gaza, Hamas, Israel, OMS (Organização Mundial da Saúde) CNN Brasil
A maioria dos suprimentos de equipamentos médicos se esgotou em Gaza, enquanto 42% dos medicamentos básicos, incluindo analgésicos, estão fora de estoque, informou a Organização Mundial da Saúde (OMS) nesta segunda-feira (26).
“Estamos com estoque zero de cerca de 64% dos equipamentos médicos e estoque zero de 43% dos medicamentos essenciais e 42% das vacinas”, disse Hanan Balkhy, diretora regional da OMS para o Mediterrâneo Oriental, a repórteres em Genebra.
Balkhy disse que a OMS tem 51 caminhões de ajuda esperando na fronteira de Gaza que ainda não tiveram autorização para entrar no enclave palestino, onde Israel, na semana passada, aliviou um pouco o bloqueio total à ajuda imposto no início de março.
“Você consegue imaginar um cirurgião (consertando) um osso quebrado sem anestesia? Fluidos intravenosos, agulhas, bandagens — eles não existem nas quantidades necessárias”, afirmou ela, acrescentando que medicamentos básicos como antibióticos, analgésicos e remédios para doenças crônicas estavam em falta.
Após um bloqueio de 11 semanas, Israel — em guerra com o Hamas, grupo armado dominante em Gaza, desde outubro de 2023 — permitiu a entrada de 100 caminhões de ajuda com farinha, alimentos para bebês e equipamentos médicos na Faixa de Gaza em 21 de maio, nenhum deles da OMS.
Em meio à contínua escassez de equipamentos médicos, a OMS confirmou que não participaria de um plano alternativo de distribuição de ajuda apoiado pelos EUA, proposto pela Fundação Humanitária de Gaza.
As Nações Unidas afirmaram que a fundação não é imparcial e que seu trabalho poderia causar mais deslocamentos de civis, expondo milhares de pessoas a danos.
A fundação disse anteriormente à Reuters que seu plano permitiria que a ajuda fosse entregue às pessoas necessitadas, sem desvio para combatentes do Hamas ou gangues criminosas.
Israel interrompeu todas as entregas de ajuda a Gaza em 2 de março, depois de acusar o Hamas de roubar os suprimentos, o que foi negado, e exigir a libertação de todos os reféns restantes feitos durante o ataque do grupo a Israel em outubro de 2023.