Astrônomos identificaram uma nova estrela que pode colocar em xeque as atuais hipóteses sobre a formação de astros Tecnologia, Astronomia, Estrelas, Universo CNN Brasil
Astrônomos da Universidade de Chicago, em Illinois, nos Estados Unidos, identificaram uma nova estrela ultrapobre em metais. Chamada GDR3_526285, essa é uma das estrelas mais pobres em metais já detectadas, colocando em xeque as atuais hipóteses sobre a formação de astros e a origem do Universo.
Estrelas ultrapobres em metais são extremamente raras e somente algumas dezenas desses astros foram identificados até o momento. Na astrofísica, “metais” são todos os elementos mais pesados que hélio, como carbono, oxigênio, ferro, entre outros.
Logo após o Big Bang, o Universo era feito praticamente de hidrogênio e hélio. Os elementos pesados surgiram depois, dentro de gerações sucessivas de estrelas que queimaram seu combustível e explodiram, espalhando esses elementos no espaço.
Portanto, os pesquisadores acreditam que as estrelas ultrapobres em metais são descendentes diretas das primeiras estrelas do Universo — quanto menos metais uma estrela tem, mais antiga, provavelmente, ela é. Portanto, podem fornecer informações importantes sobre as condições existentes dos momentos que sucederam o Big Bang.
O astro recém-identificado — cuja descoberta foi publicada na revista The Astrophysical Journal Letters — é considerado um fóssil cósmico e está localizado há cerca de 78,6 mil anos-luz do nosso sistema solar, ocupando a periferia da Via Láctea. A estrela possui uma das menores abundâncias de ferro já medidas. Além disso, também possui uma das menores frações de massa metálica entre as estrelas pobres em metais conhecidas.
A estrela, ainda, não possui uma superabundância de carbono, um elemento observado em outras estrelas ultrapobres em metais. Isso desafia os modelos atuais, já que a maioria das estrelas ultrapobres conhecidas atualmente tinha carbono em excesso, o que ajudava o gás a esfriar e formar estrelas.
Com base nos resultados do estudo, os autores do artigo supõem que a GDR3_526285 provavelmente se formou a partir de gás resfriado por poeira, em vez de resfriamento feito pelo carbono. Os pesquisadores presumem que a estrela estava de alguma forma associada a galáxias satélites da Via Láctea — as Nuvens de Magalhães.
As descobertas sugerem que as primeiras estrelas do Universo podem ter se formado por mecanismos diferentes dos previstos, ajudando os pesquisadores a testar teorias sobre como a “primeira geração” de estrelas (chamadas População III) deu origem às seguintes.
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