Governo de Donald Trump tenta expulsar Mohsen Mahdawi do país por participação em protestos pró-Palestina
Este conteúdo foi originalmente publicado em Estudante palestino é solto sob fiança e tenta evitar deportação dos EUA no site CNN Brasil. Internacional, Donald Trump, Estados Unidos, Faixa de Gaza, Palestina CNN Brasil
Mohsen Mahdawi, estudante da Universidade de Columbia, dos Estados Unidos, foi liberado da custódia da imigração dos EUA nesta quarta-feira (30).
Um juiz decidiu que ele deveria ser libertado sob fiança para contestar a tentativa do governo de Donald Trump para deportá-lo por ter participado de protestos pró-Palestina enquanto estiver livre sob fiança.
Mahdawi, nascido e criado em um campo de refugiados na Cisjordânia, foi preso no início deste mês ao chegar para uma entrevista para seu pedido de cidadania norte-americana.
Um juiz rapidamente ordenou que o governo do presidente Donald Trump não o deportasse dos Estados Unidos nem o levasse para fora do estado de Vermont.
Após duas semanas de detenção, Mahdawi saiu do tribunal federal em Burlington, Vermont. O juiz distrital federal Geoffrey Crawford ordenou sua libertação em uma audiência nesta quarta-feira, de acordo com seus advogados.
“Estou dizendo em alto e bom som para o presidente Trump e seu gabinete: não tenho medo de vocês”, pontuou Mahdawi depois de sair da corte, com dezenas de manifestantes agitando bandeiras palestinas e cantando “sem medo” e “sim, amor”.
“Essa é uma luz de esperança, esperança e fé no sistema judiciário dos Estados Unidos”, comentou o estudante sobre a decisão de Crawford de libertá-lo.
Nem o Departamento de Segurança Interna, nem o Departamento de Justiça dos EUA responderam imediatamente aos pedidos de comentários.
A prisão de Mahdawi faz parte de um esforço mais amplo do governo Trump para deportar estudantes universitários estrangeiros pró-palestinos que estão no país legalmente e não foram acusados de nenhum crime.
Autoridades da administração federal têm afirmado que portadores de visto de estudante estão sujeitos à deportação devido ao apoio aos palestinos e às críticas à conduta de Israel na guerra na Faixa de Gaza, classificando essas ações como ameaça à política externa dos EUA.
Os críticos de Trump consideraram a iniciativa um ataque aos direitos de liberdade de expressão previstos na Primeira Emenda da Constituição dos Estados Unidos.
“Mohsen não cometeu nenhum crime, e a única suposta justificativa do governo para mantê-lo na prisão é o conteúdo de seu discurso”, ressaltou Lia Ernst, advogada da American Civil Liberties Union que representa Mahdawi, em um comunicado.
Outros manifestantes em circunstâncias semelhantes incluem o estudante da Universidade de Columbia Mahmoud Khalil e a estudante da Universidade Tufts Rumeysa Ozturk. Tanto Khalil quanto Ozturk permanecem sob custódia.
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