Implementada em 2012, a política aumentou o ingresso de pessoas negras e pardas no ensino superior
Este conteúdo foi originalmente publicado em Estudo mostra como cotas impulsionaram o acesso às universidades públicas no site CNN Brasil. Educação, cotas raciais, Ensino superior, Estudo CNN Brasil
Será lançado, nesta quinta-feira (22), o livro “O Impacto das Cotas: Duas décadas de ação afirmativa no ensino superior brasileiro”. A obra faz um retrato sobre o impacto das cotas no ensino superior brasileiro.
Implementada em 2012, a política, que destinou 50% das vagas aos cotistas, aumentou o ingresso de pessoas negras, pardas, indígenas, com deficiência e oriundas de escolas públicas nas universidades. Os dados, organizados pelos sociológicos Luiz Augusto Campos e Márcia Lima, fazem um panorama de como era o cenário antes e depois da política.
A obra reúne mais de 30 textos assinados por cerca de 40 especialistas pesquisa, fruto da colaboração entre oito centros de pesquisa espalhados pelo país — sob a coordenação do Afro Cebrap e do Gemaa/Iesp-Uerj.
Se até o final dos anos 1990 o ensino superior brasileiro era dominado por estudantes brancos e de classes médias e altas, hoje o cenário é outro: em 2021, estudantes pretos, pardos e indígenas já representavam 52,4% dos matriculados nas universidades públicas, frente aos 31,5% em 2001. No mesmo período, a presença de alunos das classes D e E também saltou de 20% para 52%, evidenciando a dimensão econômica da mudança.
Em 2023, a legislação foi atualizada pela Lei nº 14.723, reforçando a prioridade dos cotistas no acesso a auxílios estudantis e garantindo que eles também concorram na ampla concorrência — uma mudança que evita o uso das cotas como teto e garante seu caráter de inclusão mínima.
Entre os principais mitos derrubados pela obra está o de que os cotistas têm desempenho inferior. Dados das universidades federais como UFSC, UFMG e UFRJ mostram que, embora os cotistas ingressem com notas ligeiramente menores no Enem, essa diferença desaparece ao longo do curso.
A publicação também apresenta um mapeamento das trajetórias específicas das cotas em diferentes universidades, como Uerj, UnB, UFBA, Unicamp, UFMG e UFSC. Algumas adotaram cotas raciais antes da legislação federal; outras testaram sistemas de bonificação. A análise mostra como o processo foi heterogêneo e como modelos distintos de ação afirmativa geraram impactos variados.
Lançamento
- “O Impacto das Cotas: Duas décadas de ação afirmativa no ensino superior brasileiro”
- Endereço: Livraria Megafauna, São Paulo – SP, às 18h30
- Valor do livro físico: R$ 64,90
- Valor do E-book: R$ 45,90
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