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Edmar Bacha, um dos “Pais do Real”, vê um fenômeno “interessante” acontecendo no comércio exterior em meio ao tarifaço de Donald Trump: “os Estados Unidos estão se fechando, mas o resto do mundo está se abrindo”.
Em entrevista exclusiva à CNN, o economista afirma, portanto, que o momento é oportuno para o Brasil abrir mais seu mercado.
“Você nota na Europa, na Ásia e, mesmo aqui, na América Latina um esforço dos demais países falando ‘já que os Estados Unidos não querem jogar o jogo, nós vamos aumentar a intensidade do jogo entre nós’”, ponderou Bacha.
“Já que os Estados Unidos se fecham às nossas exportações, a alternativa é buscar mercados alternativos”, pontuou.
Contexto
Desde o dia 6 de agosto, os EUA cobram uma taxa de 50% sobre o valor dos produtos brasileiros que atravessam suas fronteiras.
Porém, o presidente Donald Trump poupou 45% das exportações brasileiras da alíquota mais elevada, segundo estimativas do Mdic (Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços).
A abertura de novos mercados é um processo visto pelos exportadores como uma solução de médio/longo prazo devido o tempo necessário para se construir acordos e conquistar a confiança do consumidor estrangeiro.
Para Bacha, porém, o tarifaço abre uma janela para o Brasil fortalecer tratados comerciais, como o acordo de livre comércio Mercosul-UE (União Europeia).
“E essa é uma oportunidade muito grande do Brasil promover efetivamente, por exemplo, o acordo comercial com a União Europeia. Não deveria só ser fechado, mas ser fechado inclusive com prazos mais curtos do que estavam anteriormente previstos da liberação do comércio entre as duas partes”, concluiu.
Colaboração de Gustavo Zanfer e Fabricio Julião
Abertura comercial reduz impacto de tarifas de Trump no Brasil? Entenda
