Para o ex-presidente do Novo Banco de Desenvolvimento, Cingapura, Arábia Saudita e Brasil têm potencial para se destacar em meio ao embate entre EUA e China
Este conteúdo foi originalmente publicado em Ex-banco dos Brics, Troyjo vê três países beneficiados com guerra comercial no site CNN Brasil. Macroeconomia, Banco do Brics, BRICS, CNN Brasil Money, Guerra comercial, guerra comercial EUA China, Marcos Troyjo, tarifas Trump CNN Brasil
O ex-presidente do “banco dos Brics” Marcos Troyjo disse à CNN nesta quinta-feira (24), em evento da Eurocâmeras realizado em São Paulo, que avalia três países como possíveis beneficiados da guerra comercial entre EUA e China.
“Cingapura, que tem se beneficiado muito como sede de investimentos e atividades que anteriormente estavam localizadas em cidades como Pequim, Xangai ou Shenzen, a Arábia Saudita, que não só é um ator importante no campo da energia tradicional, mas tem utilizado os excedentes do mercado exterior, e o Brasil, por ser um protagonista no campo da segurança alimentar, da segurança energética, do destino dos investimentos verdes”, declarou.
Troyjo palestrou para CEOs e executivos de grandes empresas europeias que estavam reunidos na capital paulista para discutir caminhos em meio às incertezas globais, ocasionadas pela nova política tarifária imposta por Donald Trump.
O economista ressaltou que o Brasil ainda tem a vantagem de ter entrado na lista de países menos afetados pelas tarifas recíprocas, com taxação de 10%.
“O Brasil tem uma peculiaridade, é um dos poucos países no mundo que mantém superávit comercial com a China, mas tem déficit comercial com os EUA”, afirmou à CNN.
Troyjo foi presidente do Novo Banco de Desenvolvimento, conhecido como “banco dos Brics”, entre 2020 e 2023, sendo sucedido pela ex-presidente Dilma Rousseff.
Para ele, a política protecionista americana abre espaço para novas vertentes de comércio e uma reconfiguração da globalização, o que ajuda, inclusive, a avançar com a conclusão do acordo Mercosul-União Europeia.
“A experiência concreta que tivemos de estar à frente das negociações em 2019, quando o acordo foi concluído pela primeira vez, é de que uma política comercial mais restritiva dos EUA incentiva a entendimentos comerciais de outras partes do mundo”, concluiu.
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