Informação foi dada pelo Secretário de Segurança Pública de São Paulo São Paulo, -agencia-cnn-, Homicídio, investigacao policial, PCC (Primeiro Comando da Capital), Polícia Civil CNN Brasil
O Secretário de Segurança Pública de São Paulo, Guilherme Derrite, deu mais detalhes sobre as investigações da morte de Ruy Ferraz Fontes, de 63 anos, assassinado nessa segunda-feira (15), em Praia Grande, no litoral paulista. O velório do ex-delegado-geral da Polícia Civil de São Paulo contou com a presença de toda cúpula da segurança do estado.
De acordo com as informações do chefe da polícia de São Paulo, um dos criminosos responsáveis pelo crime já foi identificado. Segundo Derrite, o indivíduo é alguém com longa ficha criminal.
Durante atendimento a imprensa, no velório de Fontes, o secretário deu mais detalhes sobre o perfil do homem identificado e afirmou que o criminoso é alguém com passagens no sistema carcerário por tráfico e roubo. Além disso, ele também passou pela Fundação Casa, quando ainda era adolescente.
Quem era a vítima
Ruy Ferraz Fontes tinha mais de 40 anos de carreira na Polícia Civil de São Paulo, onde ocupou cargos de destaque como delegado-geral, diretor do Decap, e atuou em unidades estratégicas como Deic, Denarc e DHPP.
Ele é considerado um pioneiro no combate ao crime organizado em São Paulo e ganhou notoriedade por enfrentar o PCC (Primeiro Comando da Capital), sendo considerado um de seus principais inimigos.
Antes de ser assassinado, o ex-delegado-geral da Polícia Civil de São Paulo, ocupava o cargo de secretário de Administração na Prefeitura de Praia Grande desde janeiro de 2023.
Dinâmica do crime
Após a colisão e o capotamento do carro da vítima, três criminosos desceram do veículo. Um deles, portando um fuzil, manteve-se em “contenção”, uma tática de vigilância que demonstra conhecimento de combate, enquanto os outros dois se aproximaram para executar o ex-delegado dentro do carro capotado. Fontes foi morto com mais de 20 tiros de fuzil.
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Os veículos usados pelos criminosos na execução foram encontrados incendiados após a ação, uma estratégia comum para eliminar vestígios. Os carros foram roubados na capital paulista.
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O secretário-executivo da Segurança Pública de São Paulo, Osvaldo Nico, afirmou que o crime tinha “nome certo” e que Fontes estava sendo “caçado”. O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, classificou o assassinato como “covarde” e prometeu que os responsáveis serão exemplarmente punidos.
Histórico e ameaças
Em 2006, Fontes foi responsável por indiciar toda a cúpula do PCC, incluindo Marco Willians Herbas Camacho, o Marcola. Ele também foi o primeiro a mapear a estrutura da facção nos anos 2000 e conduziu investigações importantes, como no caso do assassinato do juiz Antonio José Machado Dias (Machadinho) em 2003 e nos ataques de 2006. Por sua atuação, era jurado de morte pela facção.
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Fontes havia demonstrado preocupação com sua segurança e a de sua família após um assalto em dezembro de 2023, onde expressou: “Eu combati esses caras durante tantos anos e agora os bandidos sabem onde moro”.
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Ele foi vítima de outros assaltos e emboscadas anteriores em 2010, 2012, 2020 e 2022, algumas com troca de tiros e feridos, e em uma delas, uma investigadora da Polícia Civil ficou internada por 45 dias.
Investigação
Uma força-tarefa com mais de 100 policiais da Rota, Garra, Gaeco, DHPP, Deic e BAEP foi mobilizada para Praia Grande. As investigações são conduzidas pelo DHPP, com apoio do Deic, e todas as linhas de investigação estão em aberto, incluindo vingança e possíveis motivações ligadas ao seu trabalho atual na prefeitura de Praia Grande.
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A Polícia Federal, através de seu diretor-geral Andrei Rodrigues, ofereceu apoio nas investigações, assim como o Ministério Público, que disponibilizou o GAECO. O secretário Nico ressaltou que a elucidação do caso é “uma questão de honra para as forças do bem de São Paulo”.
A desembargadora Ivana David acredita que a tecnologia, incluindo câmeras de segurança, ajudará a solucionar o crime rapidamente.
O velório acontece no Hall Monumental da Alesp (Assembléia Legislativa de São Paulo), e o sepultamento está previsto para o Cemitério da Paz, no bairro do Morumbi, na Zona Sul da capital paulista. Duas outras pessoas ficaram feridas na ação e foram socorridas, sem risco de morte.

