Especialista em terapia intensiva, Mario Schiter cuidou do ídolo argentino no início dos anos 2000
Este conteúdo foi originalmente publicado em Ex-médico de Maradona diz que última internação do astro “não foi adequada” no site CNN Brasil. Futebol Internacional, Argentina (seleção), CNN Esportes, Diego Maradona, Futebol internacional CNN Brasil
Um ex-médico de Diego Armando Maradona afirmou nesta terça-feira (8), em audiência no Tribunal de Justiça Nº 3 de San Isidro, onde corre o julgamento pela morte do ídolo argentino, que a internação domiciliar a que Maradona foi submetido pouco antes de morrer “não foi adequada”.
Especialista em terapia intensiva, Mario Schiter, de 62 anos, cuidou do ex-camisa 10 da Argentina no início dos anos 2000, quando Maradona se internou em Cuba para tratar o vício em drogas. Ele, que coordena os serviços de urgência de um hospital em Madri, viajou a Buenos Aires para declarar perante o tribunal.
De acordo com informações do Clarín, Schiter foi consultado em novembro de 2020 por um diretor da Swiss Medical, plano de saúde de Maradona na época, para que desse sua opinião sobre o tratamento posterior a uma cirurgia que o astro fez na cabeça para drenagem de um hematoma subdural no cérebro.
Na ocasião, mesmo sem permissão para ver o paciente pessoalmente, Schiter recomendou — com base no histórico médico do ex-jogador — que Maradona seguisse internado.
A recomendação foi feita em uma reunião que contou com a participação das filhas e das irmãs do ídolo argentino, além do neucirurgião Leopoldo Luque, um dos sete profissionais de saúde acusados no caso.
Além de Luque, são acusados por “homicídio simples com intenção eventual” ou “homicídio por negligência”: a psiquiatra Agustina Cosachov; o psicólogo Carlos Ángel Díaz; a médica Nancy Edith Forlini; o enfermeiro Ricardo Almirón; o enfermeiro-chefe Mariano Ariel Perroni e o médico Pedro Pablo Di Spagna.
Apesar da recomendação de Mario Schiter, os responsáveis por cuidar de Diego Maradona na época optaram pelo tratamento domiciliar. Dias depois, em 25 de novembro de 2020, o campeão do mundo em 1986 morreu de insuficiência cardíaca, aos 60 anos.
“Creio que um centro de reabilitação era um lugar com maior proteção para ele. Geraria mais controle. Sair de um hospital para levá-lo a uma casa, com esse tipo de paciente, era arriscado”, disse Schiter ao Tribunal de San Isidro.
“Quatro litros de líquido no abdômen não são gerados de um dia para o outro. Tudo me faz pensar que era um paciente com insuficiência cardíaca latente, e que levou alguns dias para acumular esse líquido. Não sei quantos, mas para colocar como parâmetro, são três ou quatro dias, segundo a literatura”, completou.
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