A montadora chinesa Xpeng Motors está de olho no mercado brasileiro mas já tem bons números de venda na Europa. Tanto que se viu encorajada a iniciar a produção dos seus carros na Europa e a fábrica escolhida não poderia ser mais emblemática.
Quem ficará encarregada de montar os Xpeng europeus é a Magna, empresa austríaca que, além de componentes como transmissões, também produz, há décadas, carros de diversos fabricantes. A fábrica de Graz, na Áustria, já produzia os Mercedes Classe G, BMW Z4 e Toyota Supra, mas desde o último dia 15 também fabrica os SUVs Xpeng G6 e G9.
Um dos principais negócios da Magna é fabricar carros de forma terceirizada. Ela costuma lidar com a produção de carros mais complexos e de escala de produção menor, permitindo que as marcas possam viabilizar estes modelos. Esse tipo de produção flexível, de baixo a médio volume, é a aposta da Xpeng para acelerar sua expansão para a Europa e reduzir a dependência de de importações da China.
A produção, no momento, está limitada aos G6 e G9, porém, a Xpeng pretende expandir sua gama de veículos montados na Europa. A estratégia faz sentido diante do crescimento de vendas que a empresa vem registrando no mercado europeu.
Entre janeiro e julho de 2025, foram comercializados 18.701 veículos fora da China, um avanço de 217% sobre o mesmo período de 2024. Desse total, mais de 8.000 foram registrados na Europa, com um detalhe importante: o G6 respondeu por 67% das entregas, consolidando este como o modelo mais importante da marca na região.
A Xpeng Motors inaugurou recentemente um centro de pesquisa e desenvolvimento em Munique, na Alemanha. A instalação tem como objetivo adaptar produtos às demandas locais e apoiar a evolução técnica da linha. Segundo a própria montadora, a ideia é que o portfólio europeu tenha, além dos SUVs médios e compactos, a produção de sedãs e até de veículos de alto desempenho, todos alinhados às preferências do público do continente.
Com produção estabelecida em Graz, centro de desenvolvimento em Munique e uma linha de produtos cada vez mais diversificada, a empresa dá sinais de que não enxerga a Europa apenas como um mercado de vendas, mas como base estratégica para seu futuro. Resta saber quando será sua estreia no Brasil.
