Organizadores disseram que a iniciativa começaria como um esforço popular, principalmente por meio de empresas privadas e cidadãos que farão greve no domingo para paralisar a economia Internacional, Benjamin Netanyahu, Faixa de Gaza, Gaza, Israel, Reféns israelenses CNN Brasil
Famílias de reféns israelenses mantidos em cativeiro em Gaza estão convocando uma greve geral nacional no próximo domingo (17), em protesto contra a recente decisão do gabinete de segurança israelense de expandir a guerra e tomar a Cidade de Gaza.
“Estamos fechando o país para salvar os soldados e os reféns”, disseram os parentes dos reféns em Tel Aviv. A eles se juntou o Conselho de 7 de Outubro, que representa as famílias enlutadas dos soldados que morreram no início da guerra.
Os organizadores disseram que a iniciativa começaria como um esforço popular, principalmente por meio de empresas privadas e cidadãos que farão greve no próximo domingo para paralisar a economia.
Em poucas horas, o Conselho de 7 de outubro disse que “centenas” de empresas disseram que participariam da greve, assim como “milhares de cidadãos que declararam que tirariam o dia de folga”.
O maior sindicato de trabalhadores de Israel, conhecido como Histadrut, ainda não aderiu à greve. As famílias devem se reunir com o presidente do Histadrut, Arnon Bar-David, na segunda-feira (11) para tentar convencê-lo a unir forças.
Anat Angrest, mãe de Matan, que está sendo mantido refém em Gaza, apelou aos chefes dos setores econômico e trabalhista, alertando que “seu silêncio está matando nossas crianças”.
Angrest disse: “Sei que seus corações estão conosco e sofrendo – mas isso não basta. O silêncio mata. É por isso que estou aqui hoje para pedir algo que evitei até agora – pedir aos líderes da indústria: vocês têm o poder.”
O Histadrut já havia realizado uma greve geral em apoio às famílias dos reféns no ano passado.
Após o assassinato de seis reféns israelenses pelo Hamas em setembro de 2024, o sindicato interrompeu o funcionamento de setores-chave como transporte, bancos e saúde, além de participar de protestos e manifestações generalizadas ao longo do dia.
No entanto, o governo israelense criticou suas ações como políticas e agiu para interromper a greve por meio de uma liminar trabalhista.
Embora o Histadrut não tenha se pronunciado publicamente sobre a greve, líderes da oposição israelense endossaram e abraçaram a iniciativa. O líder da oposição, Yair Lapid, afirmou: “O apelo das famílias dos reféns por uma greve geral é justificado e apropriado.”
O presidente do partido Democrata, Yair Golan, anunciou que o partido se juntaria à greve e apelou a “todos os cidadãos israelenses — qualquer um que tenha em mente os valores da vida e da responsabilidade mútua — para fazer greve conosco, para ir às ruas, para resistir e interromper”.
O gabinete de segurança israelense decidiu na sexta-feira levar adiante um plano controverso para expandir a guerra e tomar a Cidade de Gaza. O plano provocou duras críticas das famílias dos 50 reféns restantes em Gaza, 20 dos quais se presume estarem vivos, alertando que a nova medida militar poderia colocar os reféns vivos em perigo e condená-los à morte.
O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, defendeu a escalada em uma entrevista coletiva neste domingo. “Ao contrário das falsas alegações, esta é a melhor maneira de acabar com a guerra e a melhor maneira de terminá-la rapidamente”, disse ele a repórteres.

