Ministro da Agricultura e Pecuária afirma que embargo trouxe prejuízo pontual, mas foi compensado pelo consumo interno Macroeconomia, carne de frango, China, CNN Brasil Money CNN Brasil
O ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, afirmou nesta sexta-feira (7) que a decisão da China de suspender a proibição das importações de frango do Brasil representa um passo importante para o comércio bilateral e “um reconhecimento da qualidade dos produtos brasileiros”.
Fávaro lembrou que o Brasil foi um dos poucos países que resistiram por quase duas décadas sem registrar casos da doença em plantéis comerciais.
“Aconteceu em uma granja e tivemos a oportunidade de mostrar a robustez do nosso sistema. Em 28 dias, a Organização Mundial de Saúde Animal reconheceu o Brasil livre de gripe aviária novamente, e assim foi gradativamente reconhecido por outros países”, explicou, após participar de um evento que reuniu autoridades da agricultura, em Buenos Aires.
Seis meses depois, o reconhecimento veio do maior comprador de carne de frango do Brasil. “É um dia importantíssimo para o comércio, para a produção de alimentos brasileiros e para a continuidade do fornecimento à China”, afirmou o ministro.
Apesar de admitir prejuízos pontuais, Fávaro destacou que o impacto foi mitigado pelo forte consumo interno, que absorve cerca de 70% da produção nacional. “Só por isso já diz que os impactos foram bem menores”, disse.
O ministro também comentou as tarifas impostas pelos Estados Unidos e ressaltou que, incentivado pelo governo Lula, o ministério vem diversificando os destinos das exportações brasileiras.
“Abrimos quase 500 novos mercados para os produtos da pecuária brasileira. O Brasil hoje vende soja, milho, algodão, carnes, mas também gergelim, frutas e outros alimentos. Com isso, o impacto das tarifas americanas foi minimizado”, afirmou.
Mesmo assim, Fávaro ressaltou que os EUA continuam sendo grandes parceiros comerciais. “A carne brasileira é muito competitiva, tanto pela qualidade quanto pelo preço”, observou.
Segundo ele, a carne brasileira exportada para os Estados Unidos é usada em produtos processados, como hambúrgueres e almôndegas, enquanto a carne americana abastece restaurantes.
“Se eles precisarem remanejar a própria produção, vai faltar carne na mesa”, disse.
O ministro concluiu que a alta no preço da carne nos EUA é reflexo direto da competitividade brasileira: “O Brasil continua sendo um grande exportador, e a consequência disso é que a inflação das carnes aconteceu no bolso dos norte-americanos.”

