O Tribunal do Júri de Ceilândia condenou a 43 anos e 18 dias Paulo Roberto Moreira Soares (foto em destaque) pelo crime de feminicídio. O júri entendeu que ele matou Izabel Aparecida Guimarães de Sousa por motivo fútil, dificultando a defesa da vítima e em contexto de violência contra a mulher. O julgamento terminou nesta sexta-feira (13/12). Ela foi assassinada com um tiro disparado pelo ex-companheiro, em 4 de fevereiro de 2023. O crime aconteceu na frente da filha do casal.
A Promotoria de Justiça apontou as três qualificadoras para o homicídio e todas foram aceitas pelo júri. O motivo fútil foi considerado porque ele a matou após suposto bloqueio de contas. O uso de recurso que dificultou a defesa da vítima, devido ao disparo dentro de casa, enquanto ela estava desarmada e próxima ao réu.
Também consta da denúncia um pedido de aumento de pena pelo fato de uma criança de 10 anos, a filha do casal, ter testemunhado a barbárie.
A decisão era esperada por parentes amigos de Izabel, que contavam com a condenação como uma forma de justiça à vítima. O julgamento teve início na quinta-feira (12/12) com protestos de pessoas próximas à vítima pelo crime.
Veja imagens do protesto:
Paulo Roberto estava preso preventivamente pelo feminicídio. Os advogados do réu alegam que o disparo de arma que matou Izabel foi acidental.
Justiça por todas as outras vítimas
Como forma de não deixar o caso de Izabel ser esquecido, a família da vítima criou uma conta no Instagram @justicaporizabel, para deixar eternizada as memórias da vendedora e atualizar o perfil com informações sobre o andamento do processo judicial.
O casal ficou junto por cerca de 10 anos, mas estava separado havia dois meses. Parentes da vítima afirmam que Paulo Roberto não aceitava o fim da relação e que tinha comportamentos agressivos. O ciclo de violência terminou com a morte da vendedora.
Izabel foi morta com um tiro na testa disparado pelo ex-companheiro, na residência dela, no P Sul, em Ceilândia.
Izabel estava no quarto, com a filha de 8 anos, quando Paulo Roberto chegou alterado em casa. Testemunhas relataram à Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) que ouviram a vítima gritar: “Para, Roberto. Na frente da menina?”.
O assassino ordenou que a vítima desligasse o celular. Em seguida, as testemunhas ouviram barulhos de tiro.
Após atirar na cabeça da companheira, Paulo Roberto disse à criança: “Sua mãe já era”. Logo depois, deixou o imóvel, ainda armado, em um Ford Fusion preto.
Paulo chegou a mandar um áudio em grupo de amigos no WhatsApp confessando o feminicídio. Ele se apresentou à Delegacia Especial de Atendimento à Mulher (Deam) 2 de Ceilândia, acompanhado de um advogado, um dia depois do crime.