Doença caracteriza-se por dores difusas em múltiplos pontos do corpo, fadiga e alterações do sono, podendo causar significativo impacto na qualidade de vida Saúde, -transcricao-de-videos-, CNN Sinais Vitais, Dr. Kalil, Dr. Roberto Kalil, saude, Saúde mental CNN Brasil
A fibromialgia, condição que afeta aproximadamente 6 milhões de brasileiros, representa um desafio significativo para a saúde pública nacional. Segundo dados da Sociedade Brasileira de Reumatologia (SBR), entre 2% e 3% da população do país convive com esta condição caracterizada principalmente por dores crônicas.
Waldenise Cossermelli, reumatologista e professora emérita da Faculdade de Medicina de Jundiaí, falou, no CNN Sinais Vitais, que para ser diagnosticada como fibromialgia, a pessoa deve apresentar dores difusas em múltiplos pontos do corpo, tanto na parte superior quanto inferior, assim como nas regiões anterior e posterior. Estas dores, predominantemente musculares, precisam persistir por mais de três meses e vir acompanhadas de fadiga e distúrbios do sono.
O diagnóstico da fibromialgia requer a exclusão de outras condições físicas, como artrites, entesites e tendinites. A ausência de sinais de inflamação no corpo é fundamental para confirmar o diagnóstico, diferenciando-a de outras patologias.
As dores podem se manifestar em diversas áreas do corpo, incluindo antebraços, coxas, pernas, região lombar e escapular. Um aspecto particular da doença é que, diferentemente de outras condições, o exercício físico intenso nem sempre proporciona melhora.
A dimensão psicológica da fibromialgia é significativa, conforme explicou Camila Magalhães, psiquiatra e pesquisadora do Núcleo de Epidemiologia Psiquiátrica da Universidade de São Paulo (USP). Segundo ela, a doença pode afetar diversos aspectos da vida do paciente. A invisibilidade da dor para terceiros frequentemente leva à estigmatização, enquanto o paciente experimenta limitações reais em sua funcionalidade diária, impactando sono, apetite e disposição geral.
Mais de 60% das pessoas com fibromialgia apresentam sintomas depressivos, evidenciando a necessidade de uma abordagem que integre saúde física e mental. O tratamento deve ser multidisciplinar, considerando tanto os aspectos físicos quanto emocionais da condição, com foco na identificação dos gatilhos da dor e no manejo do estresse.