“Não vou falar sobre mim”, escreveu a atriz nas redes sociais Entretenimento, #CNNPop, Chapolin, chaves, Max CNN Brasil
A atriz Florinda Meza, que interpreta a personagem Dona Florinda em “Chaves”, se pronunciou diante das polêmicas trazidas à tona pela série biográfica “Chespirito: Sem Querer Querendo”, lançada pela plataforma de streaming Max. A produção narra parte da vida do ator mexicano Roberto Gómez Bolaños, responsável por dar vida a Chaves e Chapolin Colorado.
A atriz trancou os comentários nas redes sociais após as suas publicações receberem inúmeras críticas. Muitas delas têm como pano de fundo o relacionamento entre ela e Bolaños, que foram casados de 2004 a 2014, ano da morte do ator. O casal se aproximou na década de 1970, quando Bolaños ainda era casado com Graciela Fernandez, mãe de seus seis filhos. Tanto o relacionamento de Roberto Gómez Bolaños com a ex-esposa quanto o com Florinda Meza são retratados em “Chespirito: Sem Querer Querendo”.
Florinda ainda teria sido responsável pelo fim (ou atritos) do casamento de outros dois atores do seriado: Carlos Villagrán, o Quico, atualmente com 81 anos, e Rubén Aguirre, que interpretou o Professor Girafales.
Internautas também questionaram o relacionamento de Florinda Meza com os filhos de Bolaños. Uma entrevista dada pelo casal a um canal de TV no Chile em 2004 gerou polêmica após Florinda declarar que o marido tinha sete defeitos: a primeira esposa e os seis filhos.
Na ocasião, Bolaños classificou os filhos como maravilhosos – o que é rebatido pela atriz. “Se fossem meus, seriam maravilhosos, mas não sendo meus, são um problema e um defeito.” Ao ser questionada nas redes sociais pela declaração, a atriz afirmou, em junho deste ano, que, enquanto o casal estava junto, sempre tratou os herdeiros “muito bem” e que “há provas disso”.
Outras críticas envolvendo Florinda Meza têm como pano de fundo a alteração de seu nome e Villagrán na série do Max. Isso porque ambos foram os únicos do elenco original ainda vivos que não tiveram envolvimento com a produção. A mulher virou Margarita Ruíz, interpretada por Bárbara López, e ele Marcos Barragán, vivido por Juan Lecanda.
Villagrán deixou o seriado em 1978, por desentendimentos com Bolaños. Em entrevista ao programa argentino “La Divina Noche de Dante” em 2022, o ator disse já ter ouvido relatos de pessoas que afirmam que Florinda maltratava o marido, não o deixando, inclusive, falar. O artista, no entanto, destacou que “nunca viu” as agressões.
Florinda Meza, por sua vez, não concordou com o lançamento de “Chespirito”. Em 2024, quando as primeiras imagens da produção foram divulgadas, a atriz veio a público reclamar do conteúdo, alegando que ele não condiz com a verdade. “Sei por uma boa fonte que, nesta biografia, não há respeito pela minha pessoa e muito menos pela verdade. Isso causaria grande dor ao Roberto. Mas quem se importa com a autorização ou a opinião de alguém que já partiu?”, declarou.
No último dia 2, a atriz publicou um texto na internet em que afirma que “não vai sair e desmentir cada uma das calúnias e ataques”, que, segundo ela, “prejudicam uma linda memória” que uniu o público e os personagens de Bolaños por mais de quatro gerações. Florinda finaliza a publicação dizendo que vai “continuar falando a verdade sobre o legado do Roberto”, mas sem falar de si própria.
Veja a íntegra da publicação:
O personagem do Chaves surgiu de uma adversidade, mas nasceu diferente. Diante da partida iminente de Ruben, Roberto teve que inventar algo. Enquanto fazia isso, ele decidiu dar mão a um sketch (“cena curta”) que tinha funcionado, sobre uma criança e um vendedor de balões. Colocou-o provisoriamente e por emergência.
O sketch teve muita aceitação e decidiu colocá-lo de novo, com uma nova situação. Depois, foi adicionando diferentes personagens e assim, SEM QUERER QUERENDO, nasceu um dos personagens mais cativantes da televisão.O time back para começar as gravações? Isso não aconteceu, mas é uma boa ideia pensar que teríamos feito assim.
Roberto não escreveu o Chaves para “bater na concorrência”… Mas ele bateu-lhe. Também não vivia pensando em agradar a todos, mas conseguiu. Sua genialidade não está no vestiário, ou nos atores, esses são complementos do seu verdadeiro segredo: os guiadores.
Aí, nessa forma de levantar cenas, diálogos, ação e repetição, remates, ritmo, surpresa e emoção, aí está o seu gênio. É por isso que os programas transpassaram o tempo e o espaço, por isso continuam em vigor e, por isso, são um tesouro para a cultura latino-americana. E é por isso que é tão importante preservá-lo, eles fazem parte de nossas vidas. Magoar isso é prejudicar a nós mesmos.
Eu não vou sair e desmentir cada uma das calúnias e ataques contra mim porque isto não é sobre mim.
É sobre vocês, é sobre TODOS!…Mesmo que eu fosse a pior pessoa do mundo, que não sou, os valores mais bonitos do Chavo eram o perdão, a reconciliação e a frase que todos conhecemos: “A vingança nunca é boa, mata a alma e envenena”.
Tantas mentiras, tantos julgamentos imprudentes sem realmente conhecer os fatos, tanto ódio prejudica vocês. E prejudica uma linda memória que compartilhamos e que nos uniu como irmãos por mais de 4 gerações, sem barreiras, sem fronteiras.
Todos nós que conhecem o Chavo, compartilhamos isso no nosso DNA. As novas gerações merecem receber esse tesouro. A todos que lerem esta mensagem, peço que reflitam. Eu continuarei falando a verdade sobre o legado do Roberto, mas não vou falar sobre mim.”
*Com informações de Nicoly Bastos, da CNN, e Felipe Carvalho, da CNN