Cumprindo sua promessa, a Ford apresentou o oficialmente o Everest na Argentina. Este é o SUV baseado na Ranger e estreará em março no país vizinho.
Inicialmente, o modelo será importado da Tailândia e nem sequer terá motor a diesel. Trata-se de um teste de aceitação do público, que poderá ratificar o início da produção do SUV na fábrica de Pacheco, na Argentina, a partir de 2026. Dali será exportado para outros mercados da América do Sul, como o Brasil.
Na apresentação oficial, a Ford revelou todos os detalhes mecânicos, além dos equipamentos que estarão disponíveis no SUV. O Everest usa o motor 2.3 turbo Ecoboost, disponível pela primeira vez na América do Sul, que equipa modelos como Ranger, F-150, Bronco e até Mustang no mercado estadunidense.

Esse propulsor gera 300 cv de potência e 45,4 kgfm, quando aliado a um câmbio automático de dez marchas. Ainda tem tração 4×4, caixa reduzida e bloqueio do diferencial traseiro.
Apesar da confirmação na Argentina, não podemos afirmar que este será o motor do SUV no Brasil, já que nem a produção local do modelo ainda foi confirmada.

“Em primeiro lugar, devemos esclarecer que esta é a configuração que escolhemos para o lançamento. Isso não significa que no futuro não adicionaremos outras opções”, afirmou Martín Galdeano, presidente da Ford América do Sul, em entrevista ao portal Motor1.
O Ford Everest chegará neste “período de testes” em versão única, a topo de linha Titanium, que inclui teto panorâmico, porta traseira com abertura elétrica, terceira fileira de bancos rebatíveis e diversos recursos de direção.
O que falta para a Ford produzir o Everest na Argentina?
Apesar de nunca ter sido vendido na América do Sul, o primeiro Ford Everest foi desenvolvido e lançado em 2003. O SUV fez e faz sucesso em todos os mercados asiáticos e da Oceania.

Essa importação da Tailândia será um pequeno teste para o modelo no mercado argentino. Caso a aceitação seja boa, não será muito difícil iniciar a produção por aqui, já que, segundo Martín, a planta de Pacheco não precisará passar por muitas mudanças, nem requer muito investimento para uma possível produção local do SUV.
Porém, a decisão de fabricá-lo na Argentina depende de “um projeto industrial onde um percentual muito grande das unidades fosse destinado à exportação”, afirmou o executivo ao Motor1.

“Precisaríamos de competitividade dentro de Pacheco, competitividade no quadro regulamentar e competitividade nos mercados para onde a Argentina quer exportar os seus produtos”, completou ele.
Em contrapartida, o executivo contou que a Ford precisa percorrer um bom caminho para crescer em escala e competitividade com a Ranger, para depois pensar em produzir o Everest em Pacheco, o que pode deixar o SUV em segundo plano. Os impostos, segundo Martín, também são empecilhos:

“Os impostos nacionais melhoraram muito, mas os provinciais e municipais ainda precisam ser trabalhados, porque em alguns casos permanecem iguais ou piores do que antes. São coisas que, em última análise, te atingem na hora de justificar para a matriz novos projetos, mais produção e mais empregos para a nossa fábrica. Temos que continuar trabalhando em tudo isso. Por enquanto, a Tailândia tem muita capacidade de entrega para nos abastecer.