Atentado em novembro de 2015 foi feito por homens armados e homens-bomba em diferentes locais de Paris; 132 pessoas morreram Internacional, ataque, Estado Islâmico, França, Paris CNN Brasil
A França prestou homenagens nesta quinta-feira (13) às 130 pessoas que foram mortas há dez anos, durante um ataque feito por homens armados e homens-bomba, do grupo terrorista Estado Islâmico, contra cafés, restaurantes e a casa de shows Bataclan em Paris.
Os ataques foram os piores em solo francês desde a Segunda Guerra Mundial, marcando profundamente o país e levando à implementação de medidas de segurança emergenciais, muitas das quais agora estão incorporadas à legislação francesa.
O atentado de 13 de novembro de 2015 começou com explosões de bombas suicidas que mataram uma pessoa, o motorista de ônibus Manuel Dias, em frente ao estádio de futebol Stade de France, onde o então presidente François Hollande e o ministro das Relações Exteriores da Alemanha assistiam a um amistoso, e prosseguiu com homens armados abrindo fogo em outros cinco locais no centro de Paris.
Homenagens ao longo do dia
“Desde aquele 13 de novembro, existe um vazio que não pode ser preenchido”, disse Sophie Dias, filha do motorista, durante a cerimônia, com a voz embargada pelas lágrimas ao relembrar as inúmeras ligações telefônicas da família durante a noite, tentando contatar o pai, antes de serem informados de que ele havia sido a primeira vítima dos ataques.
O presidente Emmanuel Macron estava entre as autoridades que prestaram homenagens a Dias e às outras vítimas com um minuto de silêncio e a entrega de coroas de flores em frente ao Stade de France.
Ao longo do dia, Macron, sobreviventes e familiares das vítimas homenagearão os mortos e feridos em cada um dos locais dos ataques.
Na segunda cerimônia, autoridades e representantes de associações de vítimas também observaram um minuto de silêncio em frente ao bar Carillon e ao restaurante Petit Cambodge, no centro de Paris, após a leitura da lista com os nomes das 13 pessoas mortas nesses locais.
Associações de vítimas afirmam que dois sobreviventes dos ataques cometeram suicídio posteriormente, elevando o número total de mortos para 132.
Ataque ao Bataclan
Sebastian Lascoux estava dentro do Bataclan, onde a banda de rock Eagles of Death Metal se apresentava, quando o que ele pensou serem fogos de artifício invadiu a casa de shows. Rapidamente ficou evidente que o local estava sob ataque.
As pessoas “acabaram todas espremidas e desabaram juntas”, disse ele no mês passado. “E então (havia) o cheiro de sangue”, relatou Lascoux, agora com 46 anos. Um de seus amigos foi morto a tiros enquanto tentava proteger outro membro do grupo.
Lascoux ainda sofre de estresse pós-traumático e não consegue ficar em lugares lotados ou espaços fechados, nem mesmo cinemas. Estalos altos o fazem lembrar de tiros.
“O que tornou os ataques de 13 de novembro únicos foi que todos eram vítimas em potencial”, explicou o historiador Denis Peschanski.
“Ou tinham idade suficiente para estar lá, ou, como eu, tinham idade suficiente para ter filhos que poderiam ter estado lá, embora eu tenha tido sorte de não estarem.”
Uma década depois, a ameaça de tais ataques na França se transformou. Grupos jihadistas militantes, como o Estado Islâmico, não possuem mais os mesmos meios para coordenar ataques em solo francês, afirmam fontes de segurança.
Mas a propaganda online do grupo ainda é eficaz e capaz de radicalizar jovens fascinados pela violência nas redes sociais.
Promotores antiterrorismo iniciaram esta semana uma investigação contra a ex-companheira do presumido único autor sobrevivente dos ataques.

