Filme teve a primeira exibição no festival de cinema italiano e compete pelo Leão de Ouro Entretenimento, #CNNPop, Cinema, Festival de Veneza CNN Brasil
Esqueça os filmes clássicos de Frankenstein, em que o monstro tinha cabeça chata, parafusos no pescoço e botas pesadas. A nova adaptação do romance clássico de Mary Shelley, “Frankenstein”, dirigida pelo mexicano Guillermo del Toro, retrata uma criatura triste e sensível que deseja afeto e conhecimento e, em vez disso, é confrontada com raiva e ódio.
“Muitas das interpretações visuais da criatura são quase como vítimas de acidentes, e eu queria beleza”, disse del Toro a jornalistas neste sábado, antes da estreia de seu filme no Festival de Cinema de Veneza.
Del Toro dirige a partir de seu próprio roteiro, contando a história de Victor Frankenstein (Oscar Isaac), um cientista arrogante que monta uma criatura a partir de partes de corpos e dá vida a um gigante indestrutível e gentil (Jacob Elordi).
O filme mostra o perigo do uso indevido de tecnologias modernas, mas del Toro, cujo longa-metragem “A Forma da Água” levou as principais honras em Veneza em 2017, disse que não estava pensando em inteligência artificial quando escreveu o roteiro.
“Não tenho medo de inteligência artificial. Tenho medo da estupidez natural, que é muito mais abundante”, disse ele. “Vivemos em uma época de terror e intimidação, certamente. E a resposta, da qual a arte faz parte, é o amor.”
Ao contrário de muitos diretores, Del Toro evitou em grande parte os efeitos especiais computadorizados e, em vez disso, construiu cenários luxuosos para sua equipe de atores, que também incluí Christoph Waltz, Mia Goth e Felix Kammerer.
“Se você os colocar (os atores) em um laboratório de verdade, com janelas de verdade, com altura de verdade, com baterias gigantes de verdade, eles estarão reagindo a outro ator”, disse ele.
“CGI (imagens geradas por computadores) é para perdedores”, acrescentou Waltz, aos risos.
“Coração partido”
Del Toro, conhecido por misturar fantasia e terror em filmes como “O Labirinto do Fauno”, disse que era obcecado pelo romance de Mary Shelley, publicado pela primeira vez em 1818, desde que era menino e sempre quis criar sua própria versão cinematográfica.
“O que eu não queria era que você sentisse que estava assistindo a um clássico interpretado com reverência, mas com urgência e algo vivo agora”, disse ele sobre a recontagem humanista da saga de terror, com o cientista emergindo como o verdadeiro monstro.
“Como viver com um coração partido e o que fazer com um coração partido? Muitas vezes, a crueldade acontece por causa de corações partidos”, disse Isaac sobre seu personagem.
O filme é um dos três filmes que a Netflix exibe em Veneza. Os outros dois são “A House of Dynamite”, de Kathryn Bigelow, e “Jay Kelly“, de Noah Baumbach.
A expectativa é que “Frankenstein” tenha um lançamento limitado nos cinemas em outubro, antes de passar para a Netflix em novembro.
Del Toro disse que queria que o filme fosse lançado o mais amplamente possível nos cinemas, mas estava animado com o enorme público potencial da Netflix.
“Quero dizer, veja o meu tamanho. Eu sempre quero mais de tudo”, brincou o diretor corpulento, antes de acrescentar: “Para mim, a batalha que vamos travar para contar histórias é em duas frentes, obviamente o tamanho da tela, mas o tamanho das ideias é muito importante.”
“Frankenstein” é um dos 21 filmes que concorrem ao prestigioso prêmio Leão de Ouro, que será entregue em 6 de setembro.
Veja os filmes que concorrem ao Leão de Ouro
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1 de 22Festival de Veneza de 2025 acontece entre 27 de agosto e 6 de setembro; veja a seguir os filmes que competem pelo Leão de Ouro • 30/8/2022 REUTERS/Guglielmo Mangiapane
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2 de 22“The Wizard of the Kremlin”, de Olivier Assayas • Divulgação
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3 de 22“Jay Kelly”, de Noah Baumbach • Peter Mountain/Netflix
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4 de 22“The Voice of Hind Rajab”, de Kaounther ben Hania • Divulgação
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5 de 22“A House of Dynamite”, de Kathryn Bigelow • Divulgação
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6 de 22“The Sun Rises on Us All”, de Cai Shangjun • Divulgação
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7 de 22“Frankenstein”, de Guillermo del Toro • Divulgação
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8 de 22“Elisa”, de Leonardo di Costanzo • Divulgação
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9 de 22“À Pied D’œuvre”, de Valérie Donzelli • Divulgação
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10 de 22“Silent Friend”, de Ildikó Enyedi • Divulgação
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11 de 22“The Testament of Ann Lee”, de Mona Fastvold • Divulgação
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12 de 22“Father Mother Sister Brother”, de Jim Jarmusch • Divulgação
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13 de 22“Bugonia”, de Yorgos Lanthimos • Reprodução/Universal Pictures
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14 de 22“Duse”, de Pietro Marcello • Divulgação
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15 de 22“Um Film Fatto Per Bene”, de Franco Maresco • Divulgação
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16 de 22“Orphan”, de Laszlo Nemes • Divulgação
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17 de 22“The Stranger”, de François Ozon • Divulgação
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18 de 22“Coração de Lutador”, de Ben Safdie • Reprodução/A24
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19 de 22“No Other Choice”, de Chan-wook Park • Divulgação
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20 de 22“Girl”, de Shu Qi • Divulgação
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21 de 22“La Grazia”, de Paolo Sorrentino • Divulgação
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22 de 22“Sotto Le Nuvole”, Gianfranco Rossi • Divulgação