A Polícia Federal está conduzindo uma investigação sobre a aquisição de imóveis e veículos com recursos cuja origem pode estar vinculada a verbas públicas desviadas. Entre as transações sob apuração, destacam-se a compra de 16 salas comerciais em São Bernardo do Campo pela empresa Orleans Viagens, além de apartamentos e terrenos em outros estados, cujos valores não condizem com os rendimentos declarados pelas empresas envolvidas.
Mais de R$ 5 milhões foram transferidos para a Confederação Nacional dos Trabalhadores da Agricultura (Contag), que também é alvo da investigação. Segundo a PF, lideranças da entidade, como Alberto Broch, adquiriram bens de alto valor, incluindo um apartamento de R$ 1,6 milhão em Brasília. Secretárias da confederação também figuram entre os compradores de imóveis.
As suspeitas recaem sobre o possível desvio de contribuições descontadas de aposentados e pensionistas, que teriam sido repassadas para financiar essas aquisições. Os sócios da Orleans Viagens, Silas Bezerra de Alencar e Wagner Ferreira Moita, estão sendo investigados por possível uso indevido de recursos públicos.
A Contag arrecadou mais de R$ 2 bilhões, mas parte desse valor pode ter sido desviada para fins pessoais, conforme apura a PF. Até o momento, a Justiça não autorizou o sequestro dos bens adquiridos, alegando falta de provas concretas sobre a origem ilícita do dinheiro. As investigações continuam em andamento para identificar todos os envolvidos e rastrear a destinação dos recursos.
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