Informe enviado no sábado (22) pedia que empregados do governo justificassem sua função ou arriscariam perder o emprego
Este conteúdo foi originalmente publicado em Funcionários federais dos EUA relatam caos após e-mail de Musk com ameaça no site CNN Brasil. Internacional, Donald Trump, Elon Musk, Estados Unidos CNN Brasil
Funcionários federais dos EUA passaram a segunda-feira (24) tentando descobrir como — ou mesmo se — responder ao e-mail de fim de semana de Elon Musk dizendo para eles explicarem seu trabalho ou arriscarem perder o emprego.
Um dia de orientação confusa e muitas vezes contraditória, deixou muitas pessoas ainda sem saber como lidar com a solicitação de Musk.
Algumas foram instruídas a obedecer, outros foram aconselhadas a não o fazer, e outros ainda estavam aguardando instruções dos líderes de suas agências até o final do dia.
Falando do Salão Oval na segunda-feira à tarde, o presidente Donald Trump chamou a demanda por e-mail de Musk de “engenhosa” e declarou que qualquer um que não respondesse seria “semi-demitido ou demitido”.
Horas depois, a própria administração do republicano o contradisse diretamente, quando o Gabinete de Gestão de Pessoal (OPM na sigla em inglês) notificou formalmente as agências de que a resposta era voluntária e qualquer falha em responder “não equivaleria a uma renúncia”.
Enquanto algumas agências transmitiram essa mensagem em suas orientações aos funcionários, nem todas o fizeram, deixando muitos no escuro poucas horas antes do prazo de Musk de 23h59 de segunda-feira (24).
“Nosso chefe disse que era obrigatório, mas o OPM disse que se tornou voluntário. Então acho que Trump apenas nos falou que era obrigatório novamente”, exclamou um funcionário de carreira do Department of Veterans Affairs. “Ninguém sabe quem está no comando e quem ouvir.”
A CNN falou com funcionários federais de várias agências na segunda-feira. Todos, exceto um, pediram para não usar seus nomes por medo de retaliação.
Algumas das agências federais de maior destaque acabaram contrariando as exigências de Musk, com o Departamento de Justiça, o Departamento de Estado, o Pentágono, o FBI, o Departamento de Segurança Interna e o Departamento de Energia, todos dizendo à equipe para não responder ao e-mail.
Enquanto os departamentos de Comércio e Transporte instruíram suas equipes a obedecer, o Departamento de Comércio pediu aos funcionários que enviassem as informações aos seus supervisores.
Entre os funcionários de Transporte que precisam responder estão a força de trabalho de controladores de tráfego aéreo da Administração Federal de Aviação, cronicamente com falta de pessoal.
Muitos controladores estão trabalhando horas extras obrigatórias em semanas de seis dias em turnos de 10 horas.
Como tudo começou
O caso começou no sábado (22), pouco depois de um e-mail em massa do OPM chegar às caixas de entrada de funcionários federais em todo o país.
O trabalho foi interrompido em algumas agências, pois funcionários e autoridades participaram de reuniões organizadas às pressas e tentaram decifrar uma infinidade de e-mails. Os chefes das agências debateram como responder às demandas de Musk, disseram várias fontes à CNN.
Em seus comentários no Salão Oval na segunda-feira (24), Trump sugeriu que os funcionários que não responderam podem não estar trabalhando.
“Temos que descobrir onde essas pessoas estão. Quem são elas?”, afirmou o republicano na Casa Branca durante uma reunião com o presidente francês Emmanuel Macron. “E nós dissemos: ‘Se você não responder, presumimos que você não está por perto e também não está mais sendo pago.’”
Musk, no entanto, não se intimidou.
Na segunda-feira à noite, ele postou no X: “Sujeito à discrição do presidente, eles terão outra chance. Não responder uma segunda vez resultará em demissão.”
Subject to the discretion of the President, they will be given another chance.
Failure to respond a second time will result in termination. https://t.co/04xzgScXfj
— Elon Musk (@elonmusk) February 25, 2025
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