Estudantes reclamaram nas redes sociais sobre temas e critérios envolvendo simulado de redação que aconteceu em abril Notícias CNN Brasil
Após um grupo de estudantes divulgar no último dia 29 de maio uma carta aberta à Fundação Universitária para o Vestibular (Fuvest), com uma série de questionamentos sobre as mudanças anunciadas para este ano no que diz respeito à redação, a instituição utilizou o mesmo método para responder às cobranças e elucidar algumas dúvidas.
Em fevereiro de 2025, a CNN noticiou que a Fuvest, principal porta de entrada para a USP (Universidade de São Paulo), tinha sido autorizada a propor outros gêneros textuais na redação para além da dissertação, modelo usado nas últimas décadas pela prova.
Em página no Instagram, o coletivo de estudantes apontou que o Simulado de Redação da Fuvest 2025, realizado em abril, rendeu mais dúvidas do que esclarecimentos. As propostas foram uma redação com o tema “As emoções e sua interferência no processo de comunicação” e uma crônica que envolvesse “um episódio de comunicação emotiva”.
Entre diversas reinvindicações, o grupo pediu explicações claras sobre as mudanças na redação, principalmente sobre os motivos por trás das alterações e quais os fundamentos pedagógicos e teóricos que justificaram a decisão.
Experimento pedagógico inovador
Com a repercussão das reclamações envolvendo o Vestibular 2026, a Fuvest decidiu responder com uma carta aberta em seu site oficial.
Entre os pontos abordados, a Fundação sustenta que o Simulado de Redação da Fuvest 2025 foi “um experimento pedagógico inovador que contou com mais de 44 mil inscritos — número superior ao total de candidatos que costumam ser convocados para a segunda fase do vestibular.” A iniciativa teve como principal objetivo avaliar como os participantes lidam com propostas que exigem a produção de gêneros textuais distintos da tradicional dissertação argumentativa.
O comunicado também explica que, ao propor a escrita de dois textos baseados em uma coletânea sobre “as emoções e sua interferência na comunicação”, o simulado explorou a capacidade de os candidatos transitarem entre diferentes formas de expressão escrita. A atividade permitiu observar como estudantes interpretam e organizam ideias em estruturas narrativas, reflexivas ou opinativas, contribuindo para uma compreensão mais ampla de suas competências comunicativas.
“Mais do que um treinamento para o vestibular, o simulado representou um passo importante na modernização do exame, alinhando-o às exigências atuais do ambiente acadêmico e profissional, que valorizam a versatilidade na escrita. Também ofereceu à Fuvest subsídios para aprimorar suas futuras propostas e critérios avaliativos, além de fornecer aos estudantes um diagnóstico valioso sobre suas habilidades de produção textual”, diz a carta.
Especificamente quando à possibilidade de adoção de outros gêneros textuais, a Fuvest informou que a proposta foi apresentada por uma Professora da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da USP.
A Fuvest não costuma publicar o edital do Vestibular, pois diz se tratar de uma atribuição do Conselho de Graduação. A Fuvest publica, apenas, os Guias, que procuram esclarecer, em outra linguagem, os termos do edital. Ainda não há data prevista para a publicação dos Guias.