Quem nasceu entre o início dos anos 1980 e meados de 1990 (os millennials), como metade da nossa equipe, está fadado a lembrar da nave da Xuxa quando encontrar um GAC Hyptec HT abrindo suas portas traseiras para cima.
As portas dianteiras abrem para o lado, mas de forma automática, guiando-se por sensores para não bater em obstáculos. É o tipo da coisa que a geração X (que vai de meados dos anos 1960 ao início dos anos 1980) acha um exagero. Por isso, há duas versões: com portas convencionais, por R$ 299.990, e com as portas asa de gaivota e elétricas, que custa R$ 349.990.
É claro que existirá a preocupação com o mecanismo das portas a longo prazo, mas a abertura é ainda mais conveniente em vagas apertadas – ao contrário do que pode parecer.
A porta traseira dobra-se no encontro da janela com o teto, permitindo que o movimento seja feito mais rente ao carro quando necessário, respeitando, também, qualquer obstáculo aéreo. Tudo isso existe no Tesla Model X (que não tem venda oficial no Brasil), carro no qual a GAC claramente se inspirou para criar o Hyptec HT. Até as dimensões são parecidas.
Este é o maior SUV da GAC à venda no Brasil atualmente. Tem 4,93 m de comprimento sendo que só de entre-eixos são 2,93 m. As portas excêntricas roubam a atenção em um carro que nada mais é do que um monovolume com proposta familiar.
O carro é bastante espaçoso por dentro, com bancos dianteiros que estão mais para poltronas e têm ajustes elétricos, ventilação e massagem. Os bancos traseiros são igualmente amplos e reclináveis, e os passageiros podem aproveitar as mesinhas e a vista dos tetos solares – o vidro só é inteiriço quando as portas são convencionais.
O Hyptec HT ainda tem, de série, sistemas ADAS, som com 22 alto-falantes, para-brisa acústico, Wi-Fi a bordo e os bancos são revestidos de couro Nappa.
O Hyptec HT só é conservador quando o assunto é motor: tem apenas um, elétrico traseiro, com 245 cv e 31,5 kgfm, que dá conta de deixar a condução até divertida, mas sem exageros. Em nosso teste, levou o monovolume aos 100 km/h em 7,6 segundos.
A bateria de LFP de 72,7 kWh rende 362 km de autonomia (PBEV), um número próximo à projeção de 370 km que obtivemos em nosso teste. Ela pode ser recarregada a uma potência de até 120 kW. Para um carro familiar, não é nada mal.
Veredicto – É um bom carro familiar, ainda que esteja fadado a ser famoso apenas por causa das portas.
Teste – GAC Hyptec HT
Aceleração
0 a 100 km/h: 7,6 s
0 a 1.000 m: 28,6 s / 182,5 km/h
Retomadas
D 40 a 80 km/h: 2,9 s
D 60 a 100 km/h: 3,6 s
D 80 a 120 km/h: 4,7 s
Frenagens
60/80/120 km/h a 0: 14,3/26,9/70,4 m
Consumo
Urbano: 19,6 kWh/100 km
Rodoviário: 19,8 kWh/100 km
Ruído interno
Neutro/RPM máx. : L.O./-
80/120 km/h: 64,7/67,5 dBA
Velocidade real a 100 km/h: 97 km/h
Rotação do motor a 100 km/h: –
Volante: 2,5 voltas
Ficha Técnica – GAC Hyptec HT
Preço: R$ 349.990
Motor: traseiro, 245 cv, 31,5 kgfm
Bateria: íons de lítio (LFP), 72,7 kWh
Câmbio: automático, 1 marcha, tração traseira
Direção: elétrica
Suspensão: duplo A (diant.), multilink (tras.)
Freios: disco ventilado (diant.), sólido (tras.)
Pneus: 245/50 R19
Dimensões: compr., 493,5 cm; larg., 192 cm; alt., 170 cm; entre-eixos, 293,5 cm; peso, 2.090 kg; porta-malas, 670 l + 70 l frontal
Desempenho*: 0 a 100 km/h, 6,8 s; veloc. máx., 183 km/h
*Dados de fábrica
