Christopher Garman avalia que o confronto entre poderes tende a se acalmar com o tempo, apesar do acirramento no curto prazo Política, -transcricao-de-videos-, Congresso, Governo Lula, William Waack CNN Brasil
A relação entre o Governo e o Congresso Nacional deve enfrentar um período de maior tensão no curto prazo, segundo análise de Christopher Garman, diretor-executivo para as Américas da Eurasia Group. O especialista avalia que o recente episódio envolvendo a derrubada do decreto do IOF pelo Legislativo marca um ponto de inflexão nessa dinâmica.
A decisão do Congresso de revogar o decreto do IOF, que previa uma arrecadação de R$ 20 bilhões para o próximo ano e R$ 10 bilhões para o ano corrente, foi tomada sem aviso prévio ao Palácio do Planalto.
Garman aponta que essa ação é resultado de um acúmulo de desgastes, incluindo a falta de liberação de emendas parlamentares e um discurso mais confrontativo entre as partes sobre medidas de receita.
Reação do Governo e perspectivas
Em resposta, o governo parece estar adotando uma postura de confronto mais direto com ministros reforçando o discurso de que a relutância do Congresso em aprovar medidas de receita está ligada a um suposto intuito de defender os interesses dos mais ricos.
Apesar desse cenário de acirramento, Garman acredita que algum tipo de acordo ainda é provável no médio prazo. Ele argumenta que grande parte do descontentamento do Congresso deriva da falta de liberação das emendas parlamentares, cruciais para a sobrevivência eleitoral dos deputados federais.
Por outro lado, o governo também tem interesse em chegar a entendimentos com as lideranças legislativas, visando a aprovação de projetos prioritários no segundo semestre.
Perspectiva de acomodação
O analista conclui que, com ambos os lados tendo algo a perder, o mais provável é que haja uma acomodação ao longo do tempo. No entanto, Garman alerta que no curto prazo as tensões devem se intensificar, com “faíscas” cada vez mais evidentes na relação entre Executivo e Legislativo.