Entre janeiro e julho, foram registrados mais de 19 mil ocorrências de furto de energia; conta de luz nos municípios custa, em média, R$ 132 Macroeconomia, ANEEL (Agência Nacional de Energia Elétrica), Armazenamento de energia, bandeiras tarifárias, CNN Brasil Money, Conta de luz, EDP Brasil, Energia elétrica, Espírito Santo, Grande São Paulo CNN Brasil
Com a energia furtada nas linhas de distribuição da EDP — que atendem 70 municípios no Espírito Santo e 28 cidades em São Paulo — daria para abastecer Taubaté e Aparecida (SP) por pouco mais de um mês.
Segundo comunicado, entre janeiro e julho, foram registrados mais de 19 mil ocorrências de “gatos” na rede elétrica da companhia. Isso equivale a 69,4 MWh, que daria para fornecer energia a 342 mil habitantes, o correspondente à soma da população dos dois municípios paulistanos.
Nos estados
Na área de concessão da EDP em São Paulo (que inclui o Alto Tietê, Vale do Paraíba, Litoral Norte e Guarulhos) foram registradas 11,3 mil ocorrências — totalizando 39,5 MWh. Segundo a empresa, Guarulhos teve o maior número de caso, correspondendo a quase 50% do total fichado.
É o equivalente ao consumo mensal da cidade de Guaratinguetá, morada de 118 mil habitantes.
No Espírito Santo, por sua vez, foram cerca de 8,2 mil fraudes 29,9 MWh recuperados, energia suficiente para o abastecimento mensal de Linhares, com 166 mil moradores.
No primeiro semestre de 2025, em ambos os estados, foram realizadas 62 operações policiais após a constatação de prática de furto pela EDP.
Riscos
A liga clandestina está entre as maiores causas de morte relacionadas à energia elétrica no país, segundo informações da Abradee (Associação Brasileira dos Distribuidores de Energia).
“Ao contrário do que muitos imaginam, o furto de energia elétrica não traz perdas financeiras apenas para a concessionária. De acordo com as normas da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica), a tarifa de energia dos consumidores de todo país abrange também as perdas elétricas e o custo da energia desviada é parcialmente repassado a todos os usuários da rede”, afirma a EDP em nota.
“Além de impactar na qualidade do fornecimento de energia aos clientes regulares e trazer prejuízos à toda sociedade, o furto de energia também coloca em risco a vida da população”.
O custo de apertar o interruptor
Em setembro, a Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) avisou que manteria a bandeira vermelha 2 na cobrança da conta de luz. A alíquota é a mais cara cobrada.
Segundo a agência reguladora, as baixas chuvas (e consequente diminuição dos reservatórios das usinas elétricas) levam ao acionamento de usinas termelétricas, que possuem elevados custos de geração.
Desse modo, as contas de energia elétrica terão um adicional de R$ 7,87 para cada 100 kWh (quilowatts-hora) consumidos.
Uma residência típica no Brasil, levando em conta o consumo de quatro pessoas, gasta uma média de 150 kWh a 200 kWh por mês.
O valor final varia de acordo com a cidade. No caso de São Paulo e Espírito Santo, o consumidor gasta, em média, R$ 131,2 e R$ 133,1 mensais (contando a tarifa adicional). Isso corresponde a quase 9% do salário mínimo.
Ainda, estimativas divulgadas na última quinta-feira (11) pela Abrace energia mostram que os consumidores de energia elétrica devem arcar com cerca de R$ 103,6 bilhões em ineficiências e subsídios do setor neste ano. O valor equivale a 26% do valor pago na conta de luz.

