O advogado do general Augusto Heleno, Matheus Milanez, informou no início do interrogatório no Supremo Tribunal Federal (STF) que o réu permaneceria “parcialmente em silêncio” e responderia apenas às perguntas da defesa. Dessa forma, o militar não respondeu às perguntas do relator, Alexandre de Moraes, nem do ministro Luiz Fux, nem do procurador-geral da República, Paulo Gonet.
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Contudo, Moraes fez as perguntas, e Heleno ficou em silêncio. O militar fez declarações apenas ao seu advogado, criando assim, a sua própria narrativa dos fatos, sem contradições.
“O presidente Bolsonaro colocou que ia jogar dentro das 4 linhas e eu segui rigorosamente”, disse Augusto Heleno. O militar afirmou que “nunca levou assuntos políticos” enquanto era chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI). Para ele, a acusação de politização no GSI “não tem o menor fundamento”.
O militar também disse que havia preocupação que o GSI fosse encarado e fosse sentido como “organização apolítica e apartidária”. Em relação às urnas eletrônicas, o general disse que sempre foi a favor do voto impresso e que “o problema de fraudes em urnas eletrônicas é no mundo inteiro”.
Sobre a derrota de Jair Bolsonaro nas urnas, Heleno disse que “tinha que aceitar, não tinha outra solução” e que “não tinha nem tempo [para disseminar desinformação]”. Em relação ao 8 de janeiro, disse que estava em casa e soube dos ataques pela imprensa.
Heleno disse que não sabia nem ouviu falar do Plano Punhal Verde e Amarelo – que previa a morte do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o vice, Geraldo Alckmin, e do ministro Alexandre de Moraes, além da instituição de um novo governo em que Heleno seria o chefe do gabinete de transição. Heleno também negou que teve contato com a minuta de golpe. O militar é o quinto réu a ser interrogado no STF.