Decano da Corte afirmou ainda que ministros precisam de “sensibilidade e coragem” para lidar com período de polarização e ataques à democracia Política, Donald Trump, Gilmar Mendes, Jair Bolsonaro, STF (Supremo Tribunal Federal) CNN Brasil
O ministro Gilmar Mendes, do STF (Supremo Tribunal Federal), assumiu a presidência da Segunda Turma nesta terça-feira (5) e afirmou que a Corte tem o desafio de mostrar a verdade sobre sua atuação, mesmo diante de “avalanche de fake news” e de “narrativas fabricadas”.
“A verdade padece ante a avalanche de fake new e de espúrias narrativas fabricadas. Temos o desafio de mostrar ao Brasil a verdade sobre a atuação do Supremo tanto no âmbito do pleno, quanto no das turmas. Uma atuação rigorosamente comprometida com a Constituição, com a segurança jurídica, com o estado democrático de direito e com os direitos fundamentais de todos os cidadãos”, afirmou o ministro.
Gilmar disse ainda que a sociedade brasileira tem se afundado “na polarização e nas tensões políticas”, incentivando um “ataque frontal à democracia”. De acordo com o ministro, o cenário atual exige “coragem e sensibilidade” do Supremo.
Esta é a primeira sessão da Turma desde o retorno do recesso Judiciário. Durante a pausa, o ministro Alexandre de Moraes sofreu novas sanções por parte do presidente americano, Donald Trump, sob o pretexto de defender o ex-presidente Jair Bolsonaro de uma perseguição.
Na primeira sessão plenária da Corte, na última sexta-feira (5), Gilmar defendeu Moraes e a independência do Poder Judiciário. Disse que não há nenhum indício que sinalize desvio ou descuido na atuação de Moraes no processo que apura suposta tentativa de golpe de Estado, no qual o ex-presidente Jair Bolsonaro é réu.
O magistrado também condenou o que classificou como uma escalada de ataques contra o Supremo e seus integrantes e disse que o STF não “se dobra a intimidações”.
Na segunda-feira (4), o ministro Alexandre de Moraes decretou a prisão domiciliar de Bolsonaro. A medida mobilizou reações da oposição congressista, que articula o retorno do recesso com propostas “anti-STF” e planeja pressionar pela abertura de um processo de impeachment contra Moraes.