Desempenho do mês é resultado de um aumento real de 11,1% na receita líquida e crescimento de 5,3% nas despesas totais em comparação com agosto de 2024 Macroeconomia, CNN Brasil Money, Contas públicas, Déficit, Tesouro Nacional CNN Brasil
As contas do governo central, que engloba Tesouro Nacional, Banco Central e Previdência Social, registraram um déficit de R$ 15,6 bilhões em agosto de 2025, informou o Tesouro nesta segunda-feira (29).
O déficit do mês ficou abaixo da mediana das expectativas da pesquisa Prisma Fiscal do Ministério da Fazenda, que apontava para um déficit de R$ 21 bilhões.
No ano passado, no mesmo mês, foi registrado um resultado negativo de R$ 22,2 bilhões.
O desempenho do mês é resultado de um aumento real de 11,1% na receita líquida e um crescimento de 5,3% nas despesas totais em comparação com agosto de 2024.
Segundo o Tesouro, a elevação nas receitas é decorrente, principalmente, do desempenho das receitas não administradas pela Receita Federal, que apresentaram uma variação positiva de 29,0% (+R$ 6,4 bilhões).
Já entre as receitas administradas pelo Fisco, destacaram-se positivamente o Imposto de Renda (+R$ 3,7 bilhões) e o IOF (Imposto sobre Operações Financeiras), (+R$ 2,3 bilhões).
No caso do IOF, a alta foi impulsionada pelas operações de saída de moeda e pelas operações de crédito a pessoas jurídicas, ambas impactadas por recentes alterações na legislação.
Entre as despesas, o aumento foi puxado pelos benefícios previdenciários (+R$ 2,2 bilhões), pessoal e encargos sociais (+R$ 2,2 bilhões) e despesas discricionárias (+R$ 8,1 bilhões).
No caso dos benefícios previdenciários, o crescimento é reflexo do reajuste real do salário-mínimo e da ampliação do número de beneficiários. As despesas com pessoal foram impulsionadas pelos reajustes salariais concedidos aos servidores.
O avanço das despesas discricionárias está associado, principalmente, aos gastos com saúde e educação.
No acumulado do ano, o resultado do governo central apresentou déficit primário de R$ 86,1 bilhões, frente a R$ 98,4 bilhões no mesmo período de 2024, em valores nominais.
A meta de resultado primário para 2025 é de déficit zero, com tolerância de 0,25 ponto percentual do PIB (Produto Interno Bruto), cerca de R$ 30 bilhões, segundo as regras do arcabouço fiscal.
No entanto, serão desconsiderados para o cumprimento da meta fiscal cerca de R$ 43 bilhões em gastos com precatórios e com o reembolso de aposentados afetados com a fraude do INSS.
Brasil tem a 2ª maior taxa de juro real no mundo após alta da Selic