Presidente da Câmara afirmou que reviravolta na comissão de inquérito foi uma “construção competente” da oposição com apoio de siglas do centro Política, -agencia-cnn-, CPMI (Comissão Parlamentar Mista de Inquérito), Hugo Motta, INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) CNN Brasil
O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), afirmou nesta quarta-feira (27) que houve falha na articulação do governo na eleição do comando da CPMI (Comissão Parlamentar Mista de Inquérito) do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social).
Na instalação do colegiado, em reviravolta, o indicado do governo, senador Omar Aziz (PSD-AM), perdeu no voto para Carlos Viana (Podemos-MG), apoiado pela oposição. Com a mudança, a indicação de Motta para a relatoria, o deputado Ricardo Ayres (Republicanos-TO), foi substituída por Alfredo Gaspar (União-AL).
“Foi uma construção competente dos partidos de oposição com algum apoio ali dos partidos de centro. Foi isso que aconteceu. E a articulação do governo, na minha avaliação, falhou quando não acompanhou que alguns integrantes indicados por partidos da base aliada não estariam presentes na sessão”, disse durante o evento Agenda Brasil, promovido pelos jornais Valor, O Globo e CBN.
Apesar de reconhecer os problemas na articulação da base governista, Motta descartou que exista uma crise política capaz de afetar o andamento das propostas do governo para diminuir os efeitos do tarifaço norte-americano.
“Querer trazer esse cenário de uma coisa pontual da CPMI para um cenário de medidas que são necessárias de serem de tomadas para diminuir danos da política tarifária do governo americano, recentemente decidida em desfavor do nosso país, penso que é um exagero pessimista de querer dizer que essas medidas não prosperarão no Congresso”, afirmou.
Motta disse ainda que deve ter reuniões nos próximos dias para alinhar com o Senado como será a análise da MP (medida provisória) do Tarifaço. Segundo ele, um parlamentar de perfil “moderado” com capacidade de diálogo deve ser escolhido para relatar a matéria.
Reforma administrativa
No evento, Motta reforçou que a proposta de reforma administrativa é uma das prioridades da Câmara neste semestre. Ele declarou que o tema é “urgente” e disse ter conversado sobre o assunto com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
“Não há envaidecimento pessoal em defender essa matéria. Nós estamos colocando a reforma administrativa como prioridade porque já há muito tempo o Brasil precisa discutir eficiência do Estado”, declarou.
Desde maio, um grupo de trabalho analisa uma proposta de reforma sob a coordenação do deputado Pedro Paulo (PSD-RJ).
Na semana passada, o parlamentar apresentou as matérias elaboradas para Motta e para a ministra da Secretaria de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann.
O texto está em fase de articulação entre bancadas e com o Executivo. Na próxima quarta-feira (3), haverá um debate sobre o tema no plenário.
Por Emilly Benhke