Dados do Centro de Estudos de Segurança e Cidadania (Cesec) apontam que o Distrito Federal teve uma despesa de R$ 701.907.481 com a guerra às drogas no ano passado.
Os valores levam em consideração os custos dos principais órgãos de segurança pública na aplicação da lei contra os entorpecentes.
A Polícia Militar foi a corporação com mais despesas na área. Confira quanto cada órgão gastou na guerra às drogas:
- PMDF: R$ 224 milhões
- Polícia Civil: R$ 194 milhões
- Ministério Público: R$ 30,9 milhões
- Defensoria Pública: R$ 7,3 milhões
- Tribunal de Justiça: R$ 100,9 milhões
- Sistema Penitenciário: R$ 77,2 milhões
- Sistema Socioeducativo: R$ 65,8 milhões
Os dados, obtidos por Lei de Acesso à Informação (LAI), foram divulgados nesta terça-feira (10/12) por meio do estudo “Efeito Bumerangue: O custo da proibição das drogas”.
A pesquisa mostra que o DF, juntamente com outros cinco estados brasileiros, gastaram R$ 7,7 bilhões para combater crimes relacionados às drogas.
“A legislação proibicionista, operada através da guerra às drogas, custa bilhões às unidades da Federação e funciona como um bumerangue que, ao retornar, produz encarceramento em massa, contribui para o fortalecimento das organizações criminosas, além de provocar dor e sofrimento diariamente nos espaços mais negros e empobrecidos das cidades”, indica o Cesec.
Veja os gastos totais com a guerra às drogas em 2023:
- Bahia – R$ 1.340.790.998
- Distrito Federal – R$ 701.907.481
- Pará – R$ 380.334.907
- Rio de Janeiro – R$ 914.943.793
- Santa Catarina – R$ 626.208.341
- São Paulo – R$ 3.737.037.982
Em relação ao Distrito Federal, a pesquisa ainda traz outros números importantes sobre o combate aos narcóticos. Foram 5.676 inquéritos policiais, 1.865 denúncias e representações oferecidas; 2.432 processos novos na 1ª instância e 2.074 presos por conta das drogas.
“Na esteira da guerra às drogas, morrem policiais, morrem aqueles que estão no varejo de substâncias ilícitas, morrem moradores que, segundo a explicação das forças policiais, estavam sempre no lugar errado e na hora errada e morrem crianças. Uma estratégia de segurança pública que, ao invés de proporcionar paz, mata crianças, precisa ser urgentemente repensada”, afirma o estudo.