EUA dizem que suposto grupo criminoso é chefiado por Nicolás Maduro e está infiltrado no governo da Venezuela Internacional, América Latina, Colômbia, Donald Trump, Estados Unidos, Gustavo Petro, Nicolás Maduro, Venezuela CNN Brasil
Em meio à crescente tensão entre os Estados Unidos e a Venezuela, o presidente da Colômbia, Gustavo Petro, negou a existência do Cartel de los Soles, um suposto grupo criminoso acusado por Washington de se infiltrar no poder em Caracas desde a década de 1990 para enviar drogas para seu território.
“O Cartel de los Soles não existe; é uma desculpa fictícia usada pela extrema-direita para derrubar governos que não a obedecem”, escreveu o líder em sua conta na rede social X na segunda-feira (25).
Segundo Petro, a verdadeira estrutura que controla o tráfico de cocaína na região é uma organização mais ampla que ele chama de “Junta do Narcotráfico”, que, segundo ele, é composta por chefões que operam na Europa e no Oriente Médio.
Há poucos dias, após os ataques em Amalfi e Cali, o presidente colombiano afirmou que a “Junta do Narcotráfico” opera internacionalmente como “uma confederação de máfias” e pediu que esses grupos fossem declarados organizações terroristas, o que permitiria que fossem processados em qualquer lugar do mundo, incluindo Bogotá.
A CNN contatou o Ministério das Relações Exteriores da Venezuela, o Departamento de Justiça e o Departamento de Estado dos Estados Unidos para obter comentários sobre as declarações de Petro e aguarda uma resposta.
Os EUA recentemente classificaram o Cartel de los Soles como uma organização terrorista internacional. Segundo o Departamento do Tesouro, esse suposto grupo criminoso se infiltrou nos mais altos escalões do poder político, militar e judicial na Venezuela desde o final da década de 1990 para transportar drogas para o país.
Em Caracas, autoridades de alto escalão rejeitaram as acusações. Diosdado Cabello Rondón, Ministro do Interior, Justiça e Paz da Venezuela, afirmou que se trata de uma “criação” dos Estados Unidos e “uma grande mentira com a intenção de manipular”.
Em sua declaração de segunda-feira, Petro afirmou ter proposto uma estratégia conjunta aos Estados Unidos e à Venezuela para combater o narcotráfico na região. “Trata-se de coordenação, não de submissão”, disse ele.
Afirmando também que “o problema político da Venezuela se resolve entre os próprios venezuelanos, por meio do diálogo e com mais democracia”.
Os comentários de Petro ocorrem em meio a crescentes tensões militares e políticas entre Washington e Caracas.
Tensões EUA X Venezuela
Há algumas semanas, o governo do presidente Donald Trump dobrou a recompensa para US$ 50 milhões por informações que levassem à prisão de Maduro, descrito como “um dos maiores traficantes de drogas do mundo”, chefe do Cartel de los Soles e uma ameaça à segurança nacional americana.
O governo venezuelano negou essas acusações.
O anúncio da recompensa foi acompanhado pelo envio de tropas navais à região para conter a ameaça representada por grupos de traficantes, uma ordem confirmada à CNN pelo governo dos EUA.
Em resposta, Maduro anunciou sua própria mobilização com o envio de milicianos por todo o país, afirmando que “nenhum império tocará o solo sagrado da Venezuela”.
No entanto, até o momento, o presidente venezuelano não divulgou números sobre o número de voluntários que se inscreveram para o chamado, que começou neste fim de semana. A oposição, por sua vez, classificou o chamado como “um fracasso”.