Grupo palestino condicionou reivindicações para enviar ajuda a reféns mantidos no enclave Internacional, Faixa de Gaza, Hamas, Israel, Oriente Médio CNN Brasil
O Hamas afirmou, neste domingo (3), que Israel deve interromper as operações de ajuda humanitária aérea na Faixa de Gaza e pediu a instituição de um “corredor humanitário” para entrega de alimentos e suprimentos aos palestinos.
Segundo o porta-voz militar, o grupo armado está pronto para responder positivamente e cooperar com solicitações da Cruz Vermelha para entregar ajuda para reféns mantidos no enclave, se suas reivindicações forem atendidas.
Os lançamentos têm sido realizados pelos Emirados Árabes Unidos, Jordânia, Egito e outros países desde que Israel voltou a permitir a prática na semana passada.
A ONU já havia alertado que os lançamentos aéreos são perigosos além de caros, enquanto alguns palestinos em Gaza disseram à CNN que se ressentem de ter que correr atrás da ajuda lançada “como cães”.
De acordo informações do Ministério da Saúde de Gaza atualizadas neste domingo, mais de seis pessoas morreram em decorrência da desnutrição nas últimas 24 horas. Com isso, o número total de mortos por fome sobe para 175.
Anteriormente, vice-diretor executivo da Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância), Ted Chaiban, alertou para a grave crise humanitária que afeta especialmente crianças na Faixa de Gaza.
Entenda o conflito na Faixa de Gaza
Israel realiza intensos ataques na Faixa de Gaza desde outubro de 2023, após o Hamas ter lançado um ataque terrorista contra o país.
Entre 7 de outubro de 2023 e 13 de julho de 2025, o Ministério da Saúde de Gaza informou que pelo menos 60 mil palestinos foram mortos e mais de 138 mil ficaram feridos. Isso inclui mais de 7.200 mortos desde o fim do cessar-fogo em 18 de março deste ano.
O Ministério não distingue entre civis e combatentes do Hamas em sua contagem, mas afirma que mais da metade dos mortos são mulheres e crianças. Israel afirma que pelo menos 20 mil são combatentes.
A ONU (Organização das Nações Unidas) informou em 11 de julho deste ano que 798 pessoas foram mortas tentando obter alimentos desde o final de maio, quando a GHF (Fundação Humanitária de Gaza), sediada nos EUA, começou a distribuir alimentos.
Dessas mortes, 615 foram registradas perto de locais da GHF e 183 nas rotas de comboios de ajuda humanitária, principalmente da ONU.
O Escritório Central de Estatísticas da Palestina disse em 10 de julho que a população de Gaza havia caído de 2.226.544 em 2023 para 2.129.724. Estima-se que cerca de 100 mil palestinos tenham deixado Gaza desde o início da guerra.