O relacionamento de Dayane Barbosa Carvalho, 34 anos, e Jovercino Antônio de Oliveira (foto em destaque), 39 anos, era marcado por idas e vindas. A mulher já havia sido vítima de agressões ao longo dos quase 15 anos junto do companheiro, mas nunca o denunciou. Neste sábado (29/3), ele a matou na residência do casal, na Fercal.
Ao Metrópoles, uma das irmãs de Jovercino, que preferiu não se identificar, relatou que o casamento entre o homem e a cunhada estava em crise havia alguns anos. De acordo com a família, ele sentia muito ciúmes da esposa.
“Era uma tragédia anunciada. Sabíamos que o relacionamento entre os dois já não ia bem. Ele [Jovercino] acusava muito ela [Dayane] de traição, e os dois estavam enfrentando problemas com álcool. Meu irmão falava que, se descobrisse qualquer coisa, mataria ela, até os próprios filhos e depois se matava”, contou a irmã.
Dayane e Jovercino tinham três filhos — de 7, 13 e 16 anos. Ao longo dos anos de relacionamento, eles se separaram algumas vezes por conta do comportamento agressivo dele, mas a mulher ainda acreditava que o marido poderia melhorar.
”A gente aconselhava ela a colocar um ponto final na relação, a denunciá-lo e procurar apoio psicológico, mas a Dayane gostava demais dele e não queria criar os filhos sozinha. Ela acreditou até o último momento que ele ia mudar. Infelizmente, a gente sentia que algo ruim poderia acontecer, mas nunca pensamos que ele seria capaz de matá-la”, lamenta a cunhada.
A família do casal já tinha presenciado Jovercino agredindo a esposa e não aprovava a postura violenta dele. “Eu mesma ameacei chamar a polícia para o meu próprio irmão, não aceito covardia. Ele desabafava que não aguentava mais a relação do jeito que estava, mas não conseguia sair desse ciclo”, conta.
O homem estava desempregado e Dayane era a responsável por manter o lar da família. Ela trabalhava como artesã de crochê. “O sonho dela era abrir uma loja com a marca dela. O artesanato era algo que ela amava, dizia que funcionava como uma terapia”, diz a cunhada.
O crime
Inicialmente, a Polícia Militar do DF foi acionada por ciclistas que encontraram o corpo de Jovercino às margens do Rio Bananal. Ele se matou por enforcamento. O homem se suicidou depois de assassinar a companheira.
Após tomar conhecimento sobre a morte de Jovercino, uma parente de Dayane acionou a polícia para informar que a mulher havia desaparecido.
Parentes tentaram contatá-la para informar a respeito do falecimento do marido, mas sem sucesso. Em uma das ligações, os filhos de Dayane atenderam a chamada dos familiares e disseram que a mãe estava dormindo.
A filha de 13 anos do casal resolveu, então, tentar acordar a mãe. Ao sacudi-la, a adolescente percebeu que ela não estava respirando.
Diante da situação, uma equipe de policiais se deslocou até a residência do casal. No local, eles encontraram o corpo de Dayane ao lado da cama.
Segundo o delegado-chefe da 35ª Delegacia de Polícia (Sobradinho II), Ricardo Viana, o casal não tinha ocorrências anteriores.
“Houve uma discussão na noite anterior e hoje, por volta das 06h30, o homem saiu de casa conduzindo a motocicleta. Pericia foi concluída no local e não conseguiu determinar o instrumento que causou o óbito, mas em informações preliminares relataram que a mulher estava com lesões na face”, informou o delegado responsável pelas investigações.
