Depois de diversos rumores, a HPE Automotores, representante da Mitsubishi e da Suzuki no Brasil, confirmou que está negociando com diversas marcas chinesas para produzir os carros em Catalão (GO) sob contrato. A primeira dessas empresas pode ser anunciada ainda este ano.
Foi o que disse Mauro Correia, CEO da HPE, em entrevista à Agência AutoData. O executivo espera que as negociações com a primeira empresa seja finalizada até o fim do ano e que o grupo tem conversado com diversas marcas sobre utilizar a fábrica, hoje responsável pela montagem apenas da picape Triton e do SUV Eclipse Cross.

Segundo Correia, ainda há discussões sobre como essa produção será feita e como a HPE incorporará os produtos às linhas de montagem já existentes. Porém, o executivo afirma que isto depende muito mais das marcas do que da própria HPE:
“Existe toda uma etapa de integração e desenvolvimento da operação. Depende da decisão do parceiro: ele pode trazer kits desmontados para finalizar a montagem e a pintura por aqui e depois evoluir para uma produção totalmente local, com nacionalização de parte dos componentes”.
A partir desta decisão, a HPE iniciará o processo de adaptação da fábrica, instalando o maquinário necessário fornecido pelas empresas parceiras. Isto pode levar entre sete e oito meses, se a escolha for pela montagem de kits semi (SKD) ou desmontados (CKD); ou até um ano se envolver uma produção local com mais processos.

Disponibilizar a fábrica para outras empresas é uma forma da HPE compensar a capacidade produtiva ociosa. O interesse das chinesas por uma fábrica multimarcas não vem de agora e muitas esperavam que o plano da Comexport de erguer um complexo deste tipo em Horizonte (CE), onde ficava a fábrica da Troller, saísse do papel.
Correia defende que Catalão é uma boa escolha por ser uma fábrica estruturada e funcional. “Em Catalão temos equipe de engenharia, design, todo um sistema de produção já instalado, o que gera o interesse nos possíveis parceiros”, explica. Até mesmo a distribuição dos carros seria mais fácil, considerando que a empresa já distribui os modelos da Mitsubishi para todo o país.
A única coisa que o Correia ainda não disse é quais são as chinesas interessadas, por questões contratuais. Com tantas fabricantes chegando ao país, as possibilidades são muitas, como a GAC, que recentemente iniciou sua operação no país; ou a Neta, que mostrava interesse em produzir no país antes de todos os problemas financeiros na China.