Fazenda afirma que alíquota para a operação seguirá “sem alterações” em 1,1%, mas corretoras dizem à CNN que imposto era de 0,38%
Este conteúdo foi originalmente publicado em IOF para investimentos no exterior sofre alta, mesmo com “recuo” do governo no site CNN Brasil. Macroeconomia, Câmbio, CNN Brasil Money, Corretora de investimento, Fernando Haddad, Fundos de investimentos, Impostos, Investimentos, IOF, Ministério da Fazenda CNN Brasil
Quatro corretoras de câmbio disseram à CNN nesta sexta-feira (23), sob condição de anonimato, que há aumento na alíquota do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) para investimentos no exterior, mesmo o governo tendo anunciado que não haveria alterações.
O Ministério da Fazenda comunicou no fim da noite de quinta-feira (22) um recuo em dois trechos que aumentavam a cobrança de IOF, após forte repercussão negativa do mercado.
Um dos trechos dizia que o imposto cobrado pela transferência de recursos para uma conta bancária no exterior voltada a investimentos não sofreria alterações, com a alíquota sujeita a 1,1%.
“Será incluído no decreto que, remessas destinadas a Investimentos continuarão sujeitas à alíquota atualmente vigente de 1,1%, sem alterações. Este é um ajuste na medida, feito com equilíbrio, ouvindo o país, e corrigindo rumos sempre que necessário”, afirmou o Ministério da Fazenda na quinta, em publicação no X.
No entanto, as corretoras de câmbio revelaram à CNN que a alíquota cobrada anteriormente nesse tipo de operação era de 0,38%. Ou seja, aumentou de 0,38% para 1,11% — elevação menor do que os 3,5% pretendidos anteriormente, mas, ainda assim, um aumento.
“Quando o governo afirma que não houve alteração no IOF sobre investimento, isso não é tecnicamente correto. Houve sim um aumento, de 0,38% para 1,1%, especificamente para as remessas via conta investimento”, disse uma das corretoras, que confirmou que a mudança na cobrança entrou em vigor nesta sexta-feira (23).
Segundo as instituições, o recuo que de fato vigora é referente à alíquota zero para aplicações financeiras em fundos de investimento regulados no exterior.
O governo também pretendia aumentar a incidência para 3,5% na alíquota de IOF nesse tipo de operação, mas recuou após operadores do mercado alertarem o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, sobre possíveis consequências com especulações.
“A comunicação tem se concentrado em reforçar que não haverá novos aumentos, mas falha em deixar claro que boa parte do impacto já foi implementado, com uma elevação relevante da carga sobre diversas operações de remessa”, diz a corretora, que preferiu não se identificar.
A CNN entrou em contato com o Ministério da Fazenda para comentar sobre as alterações feitas, mas não recebeu retorno até o momento. O espaço segue aberto.
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Este conteúdo foi originalmente publicado em IOF para investimentos no exterior sofre alta, mesmo com “recuo” do governo no site CNN Brasil.
