Alessandra Moja e outras sete pessoas foram presas durante operação contra o tráfico de drogas, sob domínio do PCC, na região da Favela do Moinho São Paulo, -agencia-cnn-, Ministério Público, PM (Polícia Militar), Polícia Civil CNN Brasil
A líder comunitária da Favela do Moinho e irmã de “Léo do Moinho”, Alessandra Moja Cunha, vai passar por audiência de custódia nesta terça-feira (9). A suspeita foi presa na segunda-feira (8) em operação deflagrada pelo MPSP (Ministério Público de São Paulo) em combate ao crime organizado na capital.
Yasmin Moja Flores — filha de Alessandra —, Paulo Rogério Dias, Jorge de Santana, Cláudio dos Santos Celestino, José Carlos da Silva, Leandra Maria da Silva e Ronaldo Batista de Almeida também foram presos na mesma operação e já passaram por audiência de custódia ontem (8).
A Justiça manteve a prisão de todos eles, já que elas ocorreram no âmbito do cumprimento de mandados derivados da investigação. Nesses casos, a audiência de custódia é feita apenas para apurar se houve alguma irregularidade durante o cumprimento do mandado, mas não analisa o mérito do pedido de prisão, que já havia sido autorizado.
O destino dos presos agora está sob responsabilidade da SAP (Secretaria de Administração Penitenciária). A CNN entrou em contato com o órgão e aguarda retorno.
Quem é irmã de Leo do Moinho
Alessandra Moja é irmã de Leonardo Moja, conhecido como “Leo do Moinho”, preso e acusado pelo MPSP de chefiar o tráfico na favela, sob dominício do PCC (Primeiro Comando da Capital). Ela atuava como liderança da Associação dos Moradores da Favela do Moinho.
Alessandra já havia sido presa em 2018 após uma condenação por homicídio qualificado, e progrediu para o regime aberto em 2019.
O MP afirma que ela vinha atuando como “síndica” de prédios usados para tráfico e lavagem de dinheiro, além de liderar a associação de moradores com articulação criminosa e mobilização para “blindar” a comunidade de ações policiais.
Alessandra é apontada como a principal responsável por cobrar propina de famílias que firmaram acordos com a CDHU (Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano).
Na operação, foram encontradas dezenas de estojos de cocaína, crack e maconha na casa de Alessandra, além de uma lista com nomes de moradores, documentos de moradia e seis celulares.
“Não tinha nada na minha casa, eles colocaram”, afirmou Alessandra enquanto chegava ao Dope (Divisão de Capturas, do Departamento de Operações Especiais).
Pelas redes sociais, a associação de moradores afirmou que Alessandra foi vítima de “tortura” durante a prisão e que foi “forjado um flagrante com drogas”. A postagem também acusa a operação de tentar “enfraquecer” os movimentos sociais.
Operação Sharpe
A Operação Sharpe é um desdobramento da Operação Salus et Dignitas, que havia prendido Leo do Moinho no ano passado e desmantelado o ecossitema e a logística do crime organizado em diferentes pontos da região central da capital paulista.
Porém, segundo a investigação, mesmo preso Leo do Moinho continuava coordenando ações criminosas de dentro da penitenciária. Uma das principais exigências do grupo era que seus integrantes intimidassem funcionários da CDHU e, por meio de cobranças e ameaças, pressionassem famílias da comunidade que aceitassem deixar o local para viver em outra área, sob o falso argumento de “resistência”.
* Sob supervisão de Carolina Figueiredo