Medida acontece após veículos de comunicação da Argentina acusarem o governo de censura em meio ao escândalo de corrupção Internacional, Argentina, Javier Milei, Karina Milei, milei CNN Brasil
A Justiça da Argentina atendeu a um pedido da secretária-geral da Presidência, Karina Milei, e retirou a liminar que impedia veículos de comunicação de divulgar áudios sobre corrupção, nos quais ela teria sido gravada sem autorização.
Segundo informações da Todo Notícias, afiliada da CNN na Argentina, a irmã do presidente argentino afirmou que “a medida cautelar não foi solicitada como forma de censura prévia, muito menos sob a justificativa de que poderia haver algo incriminador, como vários operadores tentaram fazer crer e alegaram”.
Ela acrescentou que a restrição visava proteger seus direitos de informações manipuladas e editadas com o propósito de afeta-la.
A medida acontece após veículos de comunicação da Argentina acusarem a secretária-geral de censura em meio ao escândalo de corrupção do governo de Javier Milei.
Em contrapartida, Karina Milei disse que “a liberdade de imprensa não pode ser usada ou transformada em um escudo para campanhas de manipulação de opinião pública muito menos para o uso de gravações de áudio, grampos, vídeos ou fotografias obtidos ilegalmente. Em outras palavras, a liberdade de imprensa jamais pode incentivar, promover ou disseminar a prática de crimes como base para a obtenção de informações.”
Ela que a decisão de reverter a liberação dos áudios foi tomada após verificação que o conteúdo das gravações não afetavam sua segurança, direitos de terceiros ou a segurança nacional.
Governo Milei nega acusações
Em agosto, Karina Milei foi apontada como suposta beneficiária direta de um possível esquema de corrupção envolvendo a devolução de verbas por meio da Andis (Agência Nacional para a Deficiência).
A investigação ocorre após uma reportagem do canal de streaming local Carnaval revelar gravações de áudio nas quais Diego Spagnuolo, ex-diretor da Andis, teria sido ouvido discutindo um esquema de propina em uma conversa privada que supostamente envolve Karina Milei e um de seus colaboradores mais próximos, o subsecretário de Gestão Institucional, Eduardo “Lule” Menem, parente do falecido ex-presidente Carlos Menem.
Após a divulgação dos áudios, o governo Milei classificou a denúncia como uma “operação política”.
Ao comentar os áudios de Diego Spagnuolo, ex-diretor da agência, diante de uma multidão, Milei disse que “tudo o que ele (Spagnuolo) diz é mentira” e alertou que levarão o ex-funcionário à Justiça para provar que ele “mentiu”.
A proibição de divulgação dos áudios foi determinada em 1º de setembro após uma denúncia do governo que alegava uma operação ilegal de inteligência.
As acusações atingem um dos pontos mais fortes do governo Milei, que se apresenta como um outsider disposto a reduzir custos da máquina pública, adotando uma postura anticorrupção.

