Segundo o país, cinco terroristas fingiam ser integrantes da organização humanitária World Central Kitchen, não há numero exato de quantos morreram na ofensiva Internacional, Ajuda humanitária, Estados Unidos, Gaza, Israel, ONU, Palestinos CNN Brasil
O exército de Israel afirmou ter atingido um grupo armado que se passava por trabalhadores humanitários e usava um veículo com o logotipo da WCK (World Central Kitchen), uma organização sem fins lucrativos sediada nos EUA.
O ataque, que ocorreu na semana passada, matou “cinco terroristas armados”, segundo um comunicado divulgado na terça-feira (12) pelas IDF (Forças de Defesa de Israel).
Um vídeo divulgado pelas IDF mostra pelo menos oito homens vestindo coletes amarelos e parados ao redor de um veículo com o logotipo da WCK no teto.
Várias das pessoas no vídeo parecem estar armadas, “explorando cinicamente o status e a confiança conferidos às organizações humanitárias”, falaram as IDF.
O vídeo não mostra os militares atacando o veículo.
O COGAT (Coordenador de Atividades Governamentais nos Territórios de Israel) afirmou ter contatado a WCK, que confirmou que o veículo não tinha nenhuma conexão com suas operações.
“Condenamos veementemente qualquer pessoa que se faça passar por World Central Kitchen ou outros agentes humanitários, pois isso coloca civis e trabalhadores humanitários em perigo. A segurança de nossas equipes é nossa principal prioridade”, disse a organização em um comunicado à CNN.
O veículo foi visto na área de Deir al-Balah, no centro de Gaza, informou a Forças de Defesa, a centenas de metros de uma posição militar israelense.
Em um briefing na terça-feira (12), as IDF falaram que não está claro a qual grupo ou organização o grupo pertencia. Também afirmaram que não está claro quantos foram mortos no ataque.
Violência e fome em Gaza
A notícia chega em um momento em que cenas caóticas continuam a emergir de Gaza, com a violência e a fome se agravando em meio ao rígido controle israelense sobre a ajuda ao território.
Pelo menos 227 pessoas – incluindo 103 crianças – morreram de desnutrição desde o início da guerra, segundo o Ministério da Saúde Palestino.
Na terça-feira (12), ministros das Relações Exteriores de dezenas de países pediram conjuntamente a Israel que permita a entrada de mais ajuda em Gaza e que organizações humanitárias operem no local.
“A fome está se desenrolando diante de nossos olhos”, disseram 24 ministros na carta conjunta, exigindo que o país permita a entrada de “todos os carregamentos de ajuda de ONGs internacionais” do território e autorize “atores humanitários essenciais” a operar em terra.
“Todas as travessias e rotas devem ser utilizadas para permitir a entrada de ajuda em Gaza, incluindo alimentos, suprimentos nutricionais, abrigo, combustível, água potável, medicamentos e equipamentos médicos”, disseram os ministros na carta.
Os 24 países e a União Europeia assinaram a carta, incluindo Austrália, Canadá, Espanha e Reino Unido, que anunciaram sua intenção de reconhecer o Estado da Palestina no próximo mês.
A CNN entrou em contato com o Ministério das Relações Exteriores de Israel para obter comentários.
Na semana passada, o PMA (Programa Mundial de Alimentos) da ONU alertou que a desnutrição aguda está aumentando em Gaza, com mais de 300 mil crianças em risco grave.
A fome e a desnutrição no território sitiado estão nos “níveis mais altos de todos os tempos” desde o início da guerra, afirmou o PMA, com meio milhão de pessoas “à beira da fome”.
Israel tem afirmado repetidamente que não há fome em Gaza, afirmando na terça que não há “sinais de um fenômeno generalizado de desnutrição”. No mesmo dia, cinco países lançaram 97 pacotes de ajuda humanitária em Gaza, segundo o COGAT.
Israel e os EUA continuaram a apoiar a controversa GHF (Fundação Humanitária de Gaza) como principal meio de distribuição de alimentos, mesmo com a ONU afirmando que centenas de palestinos foram mortos tentando obter alimentos nesses locais.
Ainda na terça-feira (12) um pequeno grupo de ativistas israelenses de direitos humanos em Tel Aviv protestou contra a controversa iniciativa de ajuda humanitária apoiada pelos dois países, no que parece ser a primeira manifestação desse tipo conhecida contra o grupo em Israel até o momento.
“Força letal não deve ser usada em locais de distribuição, e civis, agentes humanitários e profissionais de saúde devem ser protegidos”, escreveram os ministros das Relações Exteriores na carta.
Nova pressão por cessar-fogo
Enquanto isso, uma nova pressão por um cessar-fogo na guerra de 22 meses parece estar em andamento, com a chegada de uma delegação do Hamas ao Cairo a convite do Egito para discutir o status das negociações, segundo um comunicado do Hamas.
A chegada da delegação ao Cairo ocorre após o enviado dos EUA, Steve Witkoff, se reunir com autoridades do Catar na Espanha no fim de semana para discutir a possibilidade de um acordo abrangente que garanta a libertação dos 50 reféns restantes, encerre a guerra e aborde a situação humanitária em Gaza, de acordo com duas fontes familiarizadas com o assunto.
Uma fonte israelense familiarizada com as rodadas anteriores de negociações não quis comentar sobre a reunião.
A última rodada de conversas terminou em 24 de julho, quando os Estados Unidos retiraram a equipe de negociação de Doha e acusaram o Hamas de não “agir de boa-fé”, disse Witkoff na época.
A retirada surpresa dos EUA, que foi rapidamente seguida por Israel, frustrou as esperanças de um cessar-fogo iminente, mesmo depois que as partes negociadoras expressaram considerável otimismo em relação às negociações.