Profissional estava a caminho de seu trabalho quando foi parado por policiais que apontaram armas de fogo contra seu rosto, em São Paulo São Paulo, -agencia-cnn-, abordagem policial, Documento, Justiça CNN Brasil
O jornalista Leonardo Sakamoto foi abordado duas vezes pela Polícia Civil (PM) de São Paulo. As abordagens foram realizadas após um mandado de prisão emitido pela Justiça brasileira, contendo o CPF do profissional.
O documento, atribuído ao Tribunal de Justiça do Paraná e datado no dia 3 de junho, foi incluído no banco de dados de pedidos de prisão do CNJ (Conselho Nacional de Justiça). Portanto, o investigado se tratava de uma mulher de 27 anos acusada de homicídio.
A caminho do trabalho, o carro de Sakamoto foi parado, e então policiais apontaram fuzis e pistolas contra seu rosto. “Fui abordado duas vezes. Eu estive naquele dia, um deles com armas, tudo” diz o jornalista à CNN.
Segundo relato, os agentes informaram que havia um mandado de prisão em aberto por homicídio em seu nome, mas ao consultarem o registro, viram que se tratava de outra pessoa. A PM recomendou ele pare de utilizar o veículo vinculado ao registro.
De acordo com a Polícia Civil do Paraná, o primeiro caso ocorreu no dia 7 de junho, já o segundo na manhã desse sábado (14).
Investigação
A OUL, empresa em que Sakamoto trabalha, apurou o caso e afirma que o CPF do jornalista não tem qualquer semelhança com o da investigada. O CPF dele constou no processo da Justiça paranaense até janeiro de 2024, mas em seguida, entrou em segredo de Justiça.
Conforme investigação, acreditam que em algum momento os documentos foram trocados. Os dados de Sakamoto seguem vinculados ao processo.
No banco de dados do CNJ, o mandado de prisão contra a acusada é assinado pelo juiz Sergio Decker, da vara criminal de Nova Esperança (PR).
Os advogados do jornalista vão pedir a correção do CPF na documentação, e solicitar que o erro seja comunicado a autoridades de todo o país. Além disso, vão entrar com um pedido de habeas corpus na Justiça do Paraná e de São Paulo.
Comunicado do TJPR
“O Tribunal de Justiça do Paraná esclarece que o CPF mencionado no mandado de prisão expedido pela Vara Criminal de Nova Esperança foi informado pela ré, em 2017, numa situação em que foi presa em flagrante.”
Depois do ocorrido, o cadastro foi atualizado com o número correto e concedida a liberdade com medidas cautelares.