Celso Vilardi e Paulo Amador da Cunha Bueno fazem parte da defesa de Bolsonaro, enquanto Bitencourt advoga para o delator Mauro Cid Política, -agencia-cnn-, Bolsonaro, Julgamento Bolsonaro, STF CNN Brasil
O STF (Supremo Tribunal Federal) começou a julgar, nesta terça-feira (2), o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e mais sete réus acusados de articular um golpe de Estado após as eleições de 2022.
Após a leitura do relatório do ministro Alexandre de Moraes e da sustentação da PGR (Procuradoria-Geral da República), os advogados dos oito réus têm uma hora cada para defender a absolvição de seus clientes. Conheça cada um deles:
Celso Vilardi (Jair Bolsonaro)
O criminalista Celso Vilardi é o principal nome na defesa de Jair Bolsonaro. Ele se juntou ao time de Paulo Bueno, que já vinha defendendo o ex-presidente, no início deste ano.
Vilardi é professor de Direito Penal Econômico da FGV-SP e fundador do Vilardi e Advogados, escritório em São Paulo com mais de 30 anos de atuação jurídica.
O jurista defendeu casos de alcance nacional na Operação Lava Jato, iniciada em março de 2014. Ele atuou a favor de executivos da empreiteira Camargo Corrêa, do ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares e do empresário Eike Batista.
Paulo Amador da Cunha Bueno (Jair Bolsonaro)
Paulo Bueno é advogado criminalista e professor de Direito Penal na PUC-SP. Ele representa o ex-presidente desde o caso das joias sauditas. Paulo deve comparecer ao julgamento ao lado de outros oito advogados.
O advogado tem um escritório no Jardim Paulista, um dos bairros mais nobres de São Paulo. No currículo, Paulo Bueno destaca que foi presidente do Conselho de Administração do Safari Club International, uma organização norte-americana de caçadores.
Cezar Bitencourt (Mauro Cid)
O advogado Cezar Bitencourt é o representante legal do tenente-coronel Mauro Cid desde agosto de 2023.
Nas redes sociais, o jurista se define como doutor em Direito Penal pela Universidade de Sevilha, professor convidado do Doutorado de Direito Penal da Universidade Pablo de Olavide e autor de 33 livros jurídicos.
Bitencourt tem experiência na defesa de políticos, entre eles Rodrigo Rocha Loures, que foi assessor do ex-presidente Michel Temer (MDB).
No passado, comentou que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) foi “condenado sem provas” e classificou sua prisão como “açodada, intempestiva e ilegal”.
Sobre os atos do dia 8 de Janeiro, Bitencourt já afirmou que o ato foi “uma violência generalizada e antidemocrática protagonizada por vândalos e asseclas irracionais de Jair Bolsonaro”.
José Luis Oliveira Lima (Walter Braga Netto)
O advogado José Luis Oliveira Lima defende o general Walter Braga Netto. O criminalista defendeu José Dirceu, ministro-chefe da Casa Civil durante o primeiro governo Lula (PT), durante o julgamento do Mensalão no STF.
Braga Netto foi preso preventivamente pela Polícia Federal (PF) em dezembro de 2024, sob suspeita de envolvimento direto na tentativa de golpe. Segundo a PF, o general tentou interferir nas investigações e acessar conteúdos sigilosos da delação premiada de Mauro Cid.
Matheus Mayer Milanez (Augusto Heleno)
Matheus Milanez é o advogado do general Augusto Heleno. Ele é professor e mestrando em Direito na UnB e presidente da Comissão de Direito Militar da OAB/DF.
Milanez protagonizou duas cenas curiosas durante os interrogatórios do principal núcleo de envolvidos na tentativa de golpe.
O advogado pediu ao ministro do STF, Alexandre de Moraes, que atrasasse o início da sessão do dia seguinte em uma hora. Milanez alegou que precisava de mais tempo para poder jantar.
O ministro negou o pedido e ainda reafirmou a necessidade de começar as oitivas cedo para encerrar o mais breve possível essa parte do processo.
Em outra ocasião, Milanez chamou atenção de Augusto Heleno ao pedir ao cliente para se “ater aos fatos” e responder “sim ou não”.
Eumar Novacki (Anderson Torres)
Eumar Novacki é o advogado do ex-ministro da Justiça Anderson Torres. Ele foi coronel da Polícia Militar de Mato Grosso. Ele foi nomeado pelo ex-presidente Michel Temer (MDB) como secretário-executivo do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.
No governo do Estado de Mato Grosso, Novacki foi secretário-chefe da Casa Civil, secretário de Estado de Comunicação e chefe de gabinete do governador.
Novacki protagonizou um momento de descontração com o ministro Alexandre de Moraes durante os interrogatórios dos réus do plano de golpe no Supremo.
Novacki havia indagado Torres para que seu cliente explicasse o funcionamento da estrutura de hierarquia entre a Polícia Militar do Distrito Federal e a Secretaria de Segurança Pública do DF, da qual Torres foi secretário nos primeiros dias de janeiro de 2023.
No entanto, antes que o depoente pudesse responder à pergunta, Moraes sorriu e disse a Novacki: “doutor, não provoca”. Em seguida, os três riram da situação.
Paulo Renato Garcia Cintra Pinto (Alexandre Ramagem)
Paulo Renato Garcia Cintra Pinto atua na defesa do deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ). Ele foi assessor-chefe da Procuradoria-Geral da República até março de 2023. Paulo Gonet foi nomeado Procurador-Geral da República em dezembro do mesmo ano.
Demóstenes Torres (Almir Garnier)
O ex-senador Demóstenes Torres defende o almirante Almir Garnier Santos. Demóstenes assumiu o posto no Senado em 2003. Em julho de 2012, o advogado teve o mandato cassado e se tornou inelegível.
Ele foi acusado de envolvimento com Carlos Augusto Ramos, mais conhecido como Carlinhos Cachoeira, condenado por fraudes na Loterj (Loteria do Estado do Rio de Janeiro). Demóstenes tornou-se o segundo senador cassado na história da Casa.
Andrew Fernandes Farias (Paulo Sérgio Nogueira)
O advogado criminalista Andrew Fernandes Farias defende o ex-ministro da Defesa general Paulo Sérgio Nogueira.
Andrew é fundador de um escritório de direito criminal sediado em Brasília.
Durante os interrogatórios dos réus do plano de golpe no Supremo, Paulo Sérgio Nogueira se desentendeu com o advogado. Depois, o general divulgou uma carta aberta pedindo desculpas ao jurista.
Veja imagens do julgamento
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1 de 14O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moeaes relator da Ação Penal 2668 • Antonio Augusto/STF
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2 de 14O presidente da Primeira Turma do STF (Supremo Tribunal Federal), ministro Cristiano Zanin • Antonio Augusto/STF
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3 de 14Julgamento do o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e outros sete réus acusados de tentativa de golpe de Estado • Antonio Augusto/STF
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4 de 14Advogados e público acompanha a sessão na Primeira Turma do STF • Rosinei Coutinho/STF
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5 de 14Celso Vilardi, advogado do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) • Antonio Augusto/STF
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6 de 14Advogados dos oito réus acusados de tentativa de golpe de Estado, no STF (Supremo Tribunal Federal) • Antonio Augusto/STF
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7 de 14O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moeaes, relator da Ação Penal 2668 • Antonio Augusto/STF
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8 de 14O procurador-geral da República, Paulo Gonet • Antonio Augusto/STF
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9 de 14O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Flávio Dino • Antonio Augusto/STF
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10 de 14O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moeaes, relator da Ação Penal 2668 • Antonio Augusto/STF
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11 de 14Celso Vilardi, advogado do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) • Antonio Augusto/STF
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12 de 14Paulo Sérgio Nogueira, general e ex-ministro da Defesa de Jair Bolsonaro (PL), réu acusado de tentativa de golpe de Estado • Antonio Augusto/STF
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13 de 14Julgamentos da Ação Penal 2668 – Núcleo 1 (Manhã) • Antonio Augusto/STF
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14 de 14Julgamentos da Ação Penal 2668 – Núcleo 1 (Manhã) • Antonio Augusto/STF