Advogado disse que Celso Vilardi anotou o nome do perfil “Gabriela702” antes do interrogatório do tenente-coronel ao STF Política, Mauro Cid, PF (Polícia Federal), STF (Supremo Tribunal Federal) CNN Brasil
O advogado Eduardo Kuntz admitiu que disse a Celso Vilardi, que integra a defesa do presidente Jair Bolsonaro (PL), que o tenente-coronel Mauro Cid usava o perfil “Gabriela702” durante uma conversa informal no STF (Supremo Tribunal Federal). A declaração foi dada em depoimento à PF (Polícia Federal) na última terça-feira (1º).
As atas dos depoimentos foram anexadas aos autos do processo em que ambos são investigados por obstrução, nesta sexta-feira (4).
Eduardo Kuntz negou ter repassado informações sobre o conteúdo das conversas mantidas com Mauro Cid por meio do perfil. No entanto, confessou que, no dia das oitivas dos réus no STF, Celso Vilardi lhe perguntou se ele sabia que Cid utilizava aquele perfil, e ele confirmou.
“O declarante [Kuntz] chamou o advogado Celso Vilardi para uma conversa reservada e disse que tinha conhecimento de que Mauro Cid utilizava o aplicativo Instagram com o perfil “gabrielar702″, pois já tinha conversado com Mauro Cid através deste perfil”, diz o documento.
Ainda de acordo com a ata, Kuntz declarou “que Celso Vilardi perguntou se poderia anotar o nome do perfil; que o declarante concordou; que não sabe informar o motivo de Celso Vilardi ter abordado esse tema momentos antes do início do interrogatório de Mauro Cid”.
Primeiros contatos
Kuntz contou que conheceu Mauro Cid em um clube de hipismo. Em uma das ocasiões, encontrou Paulo Bueno e Cid conversando, em março de 2023.
Segundo o relato, Eduardo Kunz reafirmou a versão que manteve contato por aplicativos de mensagens entre março e maio de 2023. O advogado Kunz afirmou que Cid entrou em contato com ele primeiro usando o perfil “Gabriela702”, em janeiro de 2024.
O advogado afirmou que organizou encontrou com Cid no clube por meio do perfil “GabrielaR” no Instagram e pelo WhatsApp, através da filha de Cid.
No entanto, Kuntz afirmou que nunca mencionou, durante o contato com Cid ou seus familiares, qualquer acordo de delação premiada.
No depoimento, o advogado declarou que se colocou à disposição para atuar na defesa de Mauro Cid, após ouvir relatos de descontentamento dos familiares do tenente-coronel.