Johanna Foods questiona decisão do governo Trump e lembra que produção local da fruta caiu 95% nos últimos anos Macroeconomia, Agricultura, Agro, Agronegócio, Alimentação, CNN Brasil Money, Estados Unidos, EUA, Suco de laranja, Tarifas, tarifas EUA, varejo EUA CNN Brasil
Um dos maiores importadores de laranja dos Estados Unidos avalia como “baixa” a qualidade das frutas cultivadas na Flórida. E, com a tarifa de 50% sobre o Brasil, a empresa avalia que os preços do suco de laranja ficarão “proibitivos” para o consumidor norte-americana.
Na semana passada, a Johanna Foods entrou com uma ação na Corte de Comércio Internacional em Nova York. O processo questiona as tarifas de 50% anunciadas para produtos do Brasil.
A ação de 150 páginas argumenta que a decisão do governo de Donald Trump será repassada ao consumidor, que deverá pagar até 25% mais caro pelo suco de laranja. A Johanna é fornecedora para grandes varejistas americanos, como Walmart, Sam’s Club, Aldi e Wegmans.
“A tarifa Brasil resultará em um aumento significativo, e talvez proibitivo, no preço de um alimento básico do café da manhã americano”, cita a ação.
A empresa lembra que impostos de importação são pagos por quem compra, e não por quem vende os itens de outros países. “Os custos elevados pela tarifa Brasil forçarão os autores da ação a aumentar preços para seus clientes, o que, por sua vez, resultará em um aumento para os consumidores de aproximadamente 20% a 25% do preço de varejo”.
No processo, a companhia lembra que o país sul-americano passou a ser um pilar essencial para a indústria do suco de laranja nos EUA. Maior produtor do mundo, o Brasil fornece mais da metade do suco da fruta consumido no país, segundo o Departamento de Agricultura dos EUA.
A Johanna argumenta que seria impossível substituir o produto brasileiro. O primeiro entrave é a qualidade do produto americano, considerado ruim pelo importador.
“Atualmente, as laranjas cultivadas na Flórida são usadas principalmente para produzir suco de laranja concentrado devido à baixa qualidade do produto, com muito pouco da safra dedicada ao suco de laranja não concentrado”, cita a ação.
Além disso, a oferta da fruta despencou – e deve cair ainda mais. “A produção de suco de laranja nos EUA, particularmente na Flórida, diminuiu mais de 95% nos últimos 25 anos devido a fatores como doenças, furacões e o desenvolvimento urbano, tornando o suprimento doméstico insuficiente”, diz o processo.
Nos últimos meses, novos eventos climáticos e doenças nas lavouras indicam que a atual safra será 33% menor que a do ano passado. “A previsão é que produção de laranja da Flórida pode ser a mais baixa em 95 anos e representará 10% do suco de laranja doméstico para a atual temporada, com o Brasil e o México fornecendo 95% das importações de suco dos EUA”, argumenta a ação.
Como a economia brasileira deve ser afetada com o tarifaço de Trump?