Marcos Lisboa critica ineficiência das políticas industriais no Brasil, apontando falhas sistêmicas e uso inadequado de recursos públicos em setores protegidos Macroeconomia, -transcricao-de-videos-, economia, Investimentos, Mercado, Produção Industrial, William Waack CNN Brasil
A política industrial brasileira tem se mostrado mais focada em resgatar empresários do que em fortalecer as empresas de forma sustentável, segundo análise do ex-secretário do Ministério da Fazenda, Marcos Lisboa.
O economista, em entrevista ao WW Especial deste domingo (13), aponta falhas sistemáticas na criação de setores eficientes e questiona o uso de recursos públicos em políticas protecionistas.
Lisboa destaca que, após a crise de 2008, houve um volume significativo de recursos direcionados à política industrial tradicional, incluindo crédito subsidiado e medidas de proteção com exigências de conteúdo nacional. No entanto, essa abordagem resultou na criação de fábricas ineficientes, sem gerar o investimento esperado.
O economista cita exemplos concretos de iniciativas que não alcançaram seus objetivos, como o caso da Sete Brasil. Pesquisas com grupos de controle demonstram que os projetos se revelaram inviáveis ao longo do tempo, resultando em desperdício de recursos públicos.
As políticas de desenvolvimento regional também são alvo de críticas. Lisboa aponta que iniciativas como a Zona Franca de Manaus não atingiram seus objetivos de desenvolvimento sustentável. Da mesma forma, programas como a Sudene e ações do Banco do Nordeste não conseguiram reduzir significativamente a disparidade de renda entre o Nordeste e o Sudeste do país.
O resultado dessa política industrial protecionista, segundo Lisboa, é uma elevada carga tributária que onera a economia nacional, sem entregar os benefícios prometidos em termos de desenvolvimento industrial e redução de desigualdades regionais.