Escritora nigeriana esteve pelo Brasil com passagens pela Bienal do Livro Rio e pelo evento Fronteiras do Pensamento, em São Paulo Entretenimento, #CNNPop, Literatura CNN Brasil
A escritora nigeriana Chimamanda Ngozi Adichie lotou o Teatro Renault, no centro de São Paulo, na noite de segunda-feira (17), em mais uma edição do Fronteiras do Pensamento. Cerca de 800 pessoas acompanharam a palestra que trouxe como tema central a pergunta “Por que a literatura importa?”.
Chimamanda está em sua passagem pelo Brasil após ter sido uma das principais palestrantes da primeira noite da Bienal do Livro Rio, na última sexta-feira (13). Ela também promove seu último lançamento, “A Contagem dos Sonhos“.
Reconhecida como uma das principais escritoras de língua inglesa da atualidade, Chimamanda defendeu a literatura como uma ferramenta essencial para alimentar mentes, espíritos e promover transformação social. “Até nos lugares mais escuros, existe uma pequena fonte de luz. E a literatura, frequentemente, é essa luz”, afirmou.
A autora, conhecida por obras como “Meio Sol Amarelo”, “Hibisco Roxo” e “Americanah”, compartilhou histórias pessoais e destacou como sua vivência na Nigéria moldou sua visão de mundo. Chimamanda relembrou episódios da infância, como quando ouvia as conversas do jardineiro que, segundo ela, dizia ter os olhos vermelhos por ter lutado na guerra. A partir desses relatos, surgiram inspirações para seu trabalho literário.
Ao longo da palestra, Chimamanda reforçou o papel da literatura na luta contra as injustiças, sobretudo na visibilidade de mulheres que, segundo ela, foram “apagadas, diminuídas e excluídas” da história. “O que chamamos de ideias universais, muitas vezes, são ideias masculinas”, destacou.
Ela também abordou temas como censura e empatia. Para a escritora, ouvir histórias humanas é uma barreira contra a desumanização. “É difícil desumanizar uma pessoa cuja história você conheça. A história obriga você a ouvir o outro”.
Apesar de ser uma referência global no feminismo, Chimamanda reforçou que não gosta de ser rotulada apenas como “autora feminista”. Segundo ela, seu trabalho é, acima de tudo, sobre humanidade, identidade e justiça.
A palestra em São Paulo foi a segunda da temporada 2025 do Fronteiras do Pensamento, que teve na abertura o psicólogo social Jonathan Haidt. O próximo encontro, já com ingressos esgotados, acontece em agosto e trará o neurocientista António Damásio, conhecido por pesquisas que colocaram as emoções no centro da razão humana.
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