Dias antes das novas tarifas de 50% entrarem em vigor, presidente brasileiro falou ao The New York Times e relatou dificuldade em conversar com Donald Trump Política, Donald Trump, Estados Unidos, EUA, Luiz Inácio Lula da Silva (Lula), Tarifas, Tarifas 50% contra o Brasil CNN Brasil
Dias antes das novas tarifas de 50% anunciadas por Donald Trump entrarem em vigor, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) falou sobre as negociações em entrevista ao The New York Times publicada nesta quarta-feira (30).
“Em nenhum momento o Brasil negociará como se fosse um país pequeno contra um país grande”, disse.
Lula afirmou que está tratando o assunto com a “seriedade”, mas destacou que “seriedade não exige subserviência“.
O líder brasileiro falou ao jornal americano pela primeira vez em 13 anos diante do impasse aberto pelo tarifaço. A nova alíquota está prevista para esta sexta-feira (1º).
“Conhecemos o poder econômico dos Estados Unidos, reconhecemos o poder militar dos Estados Unidos, reconhecemos a dimensão tecnológica dos Estados Unidos”, afirmou Lula. “Mas isso não nos deixa com medo”, acrescentou. “Nos deixa preocupados.”
Na segunda-feira (28), durante uma agenda em São João da Barra, no Rio de Janeiro, Lula pediu que Trump refletisse sobre a “importância do Brasil” e resolvesse suas “divergências” por meio de negociação.
Ao NYT, o brasileiro relatou dificuldade em conversar com o presidente dos EUA desde o início do mandato do republicano, mas reiterou intenção de abrir um canal de diálogo.
“O que está impedindo é que ninguém quer conversar“, disse ele. “Todos sabem que pedi para fazer contato.”
Desde o anúncio de Trump sobre as novas taxas, em 9 de julho, o governo brasileiro apostou na questão da defesa da “soberania”, mas, até o momento, não divulgou quais medidas serão aplicadas.
Nos EUA, uma comitiva de senadores brasileiros cumpre, desde o início da semana, uma série de reuniões com parlamentares americanos e empresas para trata do tema.
Em entrevista à CNN na terça-feira (29), o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que o Brasil espera resposta dos Estados Unidos antes de agir contra o tarifaço.
