Movimentos sociais e partidos de esquerda se mobilizaram no domingo (21) em diversas capitais do país; evento reuniu mais de 43 mil em São Paulo e 42 mil, no Rio de Janeiro Política, Luiz Inácio Lula da Silva (Lula), PEC da Blindagem, PL da Anistia CNN Brasil
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) parabenizou, nesta segunda-feira (22), brasileiros que participaram de manifestações contra a PEC (Proposta de Emenda à Constituição) da Blindagem e o PL (Projeto de Lei) da Anistia no último domingo (21).
“Parabenizo também a cada brasileiro e cada brasileira que participou desta mobilização nas ruas e nas redes para defender um Brasil mais democrático e soberano”, escreveu Lula no X (antigo Twitter) nesta tarde.
Lula ainda comparou as recentes manifestações com as mobilizações para a redemocratização e as Diretas Já, que aconteceram durante a ditadura militar.
“Isso nos traz a lembrança dos anos 70, durante a redemocratização, quando suas vozes se somaram à voz de uma população que clamava pela liberdade. E das Diretas Já, nos anos 80, quando entoaram ao lado do povo o grito pelo direito de votar para presidente. Essa é a maior de todas as artes: o espetáculo da democracia”, afirmou.
Quero saudar todos os artistas que se uniram ontem a dezenas de milhares de pessoas nas ruas de todo o Brasil para defender a justiça e lutar contra a impunidade e a anistia. Isso nos traz a lembrança dos anos 70, durante a redemocratização, quando suas vozes se somaram à voz de…
— Lula (@LulaOficial) September 22, 2025
O petista já sinalizou que vetaria um projeto de lei pela anistia que chegasse à sua mesa para sanção, e afirmou que a PEC da Blindagem “não é uma coisa séria”.
A bancada do PT na Câmara, que tem 67 deputados, foi totalmente contrária à urgência para a anistia. Porém, em relação à PEC da Blindagem, após liberação pela liderança, o partido chegou a dar 12 votos favoráveis para a proposta, com a perspectiva de que o avanço do texto poderia travar a pauta da anistia.
Manifestações
O ato ainda saiu em defesa da soberania nacional em meio à tensão comercial entre o governo dos Estados Unidos e do Brasil.
No começo de agosto, o presidente norte-americano Donald Trump impôs uma tarifa de 50% a parte dos produtos exportados pelos brasileiros. Entre as justificativas apontadas pelo republicano estão a atuação do STF (Supremo Tribunal Federal) sobre a responsabilização de big techs e o julgamento da trama golpista e do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Em São Paulo e no Rio de Janeiro, a esquerda mobilizou mais de 40 mil pessoas, segundo contagens da USP (Universidade de São Paulo) e veículos de imprensa.
As manifestações foram impulsionadas pela presença de artistas, como Caetano Veloso, Chico Buarque, Djavan e Gilberto Gil, no Rio de Janeiro, e Daniela Mercury e Wagner Moura, em Salvador.
Segundo cálculos do Monitor do Debate Político, 43 mil pessoas estiveram na manifestação na Avenida Paulista. Já no Rio, 42 mil protestaram ao longo da orla da Praia de Copacabana.