Carlos Gustavo Poggio, professor de Ciência Política do Berea College, aponta que eventual intervenção dos EUA no conflito entre israelenses e iranianos representaria uma alteração significativa na política externa do presidente americano Internacional, -transcricao-de-videos-, Ali Khamenei, Benjamin Netanyahu, Carlos Gustavo Poggio, Donald Trump, Eleições americanas, Estados Unidos, Governo Lula, Guerra de Israel, Guerra Israel Irã, Oriente Médio, William Waack CNN Brasil
Uma possível intervenção dos Estados Unidos no conflito entre Israel e Irã, no Oriente Médio, pode representar uma mudança estratégica significativa na política externa de Donald Trump, segundo o professor de Ciência Política do Berea College, no estado americano de Kentucky, Carlos Gustavo Poggio.
Poggio, que é especialista em política dos EUA, destaca que, caso Trump decida entrar em guerra contra o Irã, isso marcaria uma ruptura com sua postura tradicionalmente isolacionista.
“Se o Trump decidir entrar nessa guerra contra o Irã, a gente vai estar testemunhando uma mudança estratégica do pensamento do Donald Trump bastante significativo”, afirma Poggio.
Na campanha presidencial no ano passado e durante o primeiro mandato, Trump foi crítico às intervenções norte-americanas no Oriente Médio, especialmente à invasão do Iraque. Segundo Poggio, a visão de Trump de política externa sempre foi mais voltada para questões domésticas, com o slogan “America First” refletindo essa postura.
O especialista ressalta que o movimento trumpista tradicionalmente prefere utilizar o exército norte-americano para fins domésticos em vez de intervenções externas. “O movimento trampista prefere utilizar o exército norte-americano em Los Angeles e não inteira, para fins domésticos mais que para fins externos”, explica o professor.
Divisões internas no Partido Republicano
O professor do Berea College aponta para um racha dentro do Partido Republicano em relação ao conflito entre Israel e Irã. Figuras como Steve Bannon, ex-estrategista-chefe de Trump, têm se manifestado contra uma intervenção direta dos EUA, argumentando que o conflito deve ser resolvido pelos próprios israelenses.
Além disso, o atual vice-presidente de Trump, J.D. Vance, é conhecido por sua postura contrária a intervenções externas, diferentemente do ex-vice Mike Pence, que atualmente defende uma ação no Irã. Para Poggio, essas divergências internas podem influenciar significativamente a decisão final de Trump sobre uma possível intervenção.
Poggio lembra que a ação militar mais ousada de Trump em seus mandatos anteriores foi o assassinato do general iraniano Qassem Soleimani, em 2020. Mesmo após a retaliação iraniana, Trump optou por não escalar o conflito, demonstrando cautela no uso da força militar.