Mar Mediterrâneo está 6°C mais quente do que o normal para a época do ano Internacional, Calor extremo, Europa, Mudanças climáticas CNN Brasil
Mais de mil escolas foram fechadas na França nesta terça-feira (1º) e o último andar da Torre Eiffel foi fechado para os turistas, em meio a uma forte onda de calor que atinge a Europa.
O Mar Mediterrâneo estava até 6 graus Celsius mais quente do que o normal para a época do ano, atingindo um recorde de até 30°C na Espanha, informou o órgão meteorológico Aemet do país.
Autoridades espanholas investigam se a morte de um varredor de rua no fim de semana em Barcelona foi causada pela onda de calor, depois que sindicatos culparam o clima pela morte de um homem de 47 anos em um canteiro de obras perto de Bolonha.
A Europa é o continente de aquecimento mais rápido do mundo, esquentando o dobro da média global, de acordo com o Serviço de Mudanças Climáticas Copernicus da União Europeia. Esse cenário faz com que as ondas de calor extremo ocorram mais cedo no ano e persistam nos meses posteriores.
Na França, o calor deve atingir o pico na terça-feira (1º), chegando a 41°C em algumas áreas e 39°C na maioria das outras, informou o Meteo France.
Cerca de 1.350 escolas foram total ou parcialmente fechadas devido ao calor, um aumento significativo em relação às cerca de 200 de segunda-feira (30), informou o Ministério da Educação. O último andar da Torre Eiffel ficará fechado na terça (1º) e na quarta-feira (2), e os visitantes foram aconselhados a beber bastante água.
O calor extremo também aumentou o risco de incêndios nos campos, no momento em que os agricultores da França, o maior produtor de grãos da União Europeia, começam a colher a safra deste ano.
Alguns agricultores estavam trabalhando durante a noite para evitar a colheita durante as temperaturas máximas da tarde. Na região de Indre, no centro da França, que tem registrado uma série de incêndios desde o final de junho, as autoridades proibiram o trabalho no campo entre 14h e 18h.
Alertas de saúde
O calor intenso pode prejudicar a biodiversidade, segundo alguns especialistas.
“No passado, vimos impactos como mortandade em massa de espécies de invertebrados, morte de leitos de ervas marinhas e surtos de doenças em fazendas de mexilhões. É provável que vejamos impactos semelhantes com esse evento”, disse a cientista Kathryn Smith, da Marine Biological Association do Reino Unido.
Alertas de saúde foram emitidos em toda a Europa, com moradores e turistas buscando maneiras de se refrescar.
O calor extremo mata até 480 mil pessoas por ano em todo o mundo, de acordo com a Swiss Re, que observa que isso excede o número combinado de enchentes, terremotos e furacões.