A ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, classificou como “100% política, ideológica e arbitrária” a decisão do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de abrir uma investigação comercial contra o Brasil. Em entrevista ao JOTA, Marina rebateu os argumentos de preocupação ambiental do republicano. O norte-americano usou números do desmatamento ilegal brasileiro como uma das justificativas para abertura de investigação contra o país. Segundo Trump, o Brasil causa prejuízo a empresas americanas com práticas desleais.
“Eu estou preocupada com a saída dos Estados Unidos do Acordo de Paris. Isso, sim, é motivo de preocupação, porque é o segundo maior emissor do mundo, é uma potência econômica, uma potência tecnológica, uma potência bélica e em vez de usar os recursos e a tecnologia para fazer guerra contra o clima, está fazendo guerra tarifária a ajudando em guerras que estão ceifando a vida de pessoas inocentes”, disse a ministra durante o evento Diálogos da COP30, em Brasília, na segunda-feira (18/8).
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A ministra disse ainda que autoridades americanas com acesso a informações técnicas de alto nível conhecem os avanços recentes do Brasil no combate ao desmatamento e no cumprimento das metas climáticas.
Questionada sobre se estaria havendo alguma tentativa de diálogo formal com os Estados Unidos por meio de seu ministério, Marina disse que o governo brasileiro tem atuado de forma articulada para responder a pressões internacionais, com o vice-presidente Geraldo Alckmin liderando o processo ao lado do Ministério da Fazenda e com suporte de outras pastas. Ela afirmou que autoridades americanas com acesso a informações técnicas de alto nível conhecem os avanços recentes do Brasil no combate ao desmatamento e no cumprimento das metas climáticas.
‘Sou boa cabo eleitoral’
No campo político, Marina avaliou que a reeleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva é uma “necessidade estratégica para a democracia, o enfrentamento dos problemas sociais e a defesa da soberania nacional em meio à emergência climática”. Sobre o próprio futuro político, Marina disse que sua prioridade é apoiar a continuidade do projeto liderado pelo presidente Lula (PT) com foco no desenvolvimento sustentável.
A ministra não descartou a possibilidade de disputar uma vaga ao Senado por São Paulo, mas ponderou que essa será qualquer decisão sobre seu uma eventual candidatura será uma coletiva. “É uma discussão que eu tenho que fazer dentro da federação, dialogando com as pessoas e as pessoas podem chegar à conclusão de que é melhor que você seja apenas cabo eleitoral, porque eu sou melhor em pedir voto para os outros do que para mim”, afirmou.
Marina ainda apontou o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, também cotado para disputar o Senado pela vaga paulista, como um “bom candidato” ao Congresso. “Se for para o governo será maravilho, se for para o Senado será maravilhoso”, disse.