Ex-ministro foi a última testemunha do “núcleo 1” da ação penal que apura suposta tentativa de golpe de Estado Política, Jair Bolsonaro, Rogério Marinho, STF (Supremo Tribunal Federal) CNN Brasil
O senador e ex-ministro do Desenvolvimento Regional Rogério Marinho (PL-RN) afirmou ao Supremo Tribunal Federal (STF), nesta segunda-feira (2), que o ex-presidente Jair Bolsonaro não sinalizou nenhuma intenção de ruptura institucional após as eleições de 2022 e estava focado nos resultados do Congresso Nacional.
Marinho testemunhou a favor de Bolsonaro e do ex-ministro Walter Braga Netto no âmbito das investigações que apuram uma tentativa de golpe de Estado em 2022.
Questionado pelo advogado do ex-presidente se Bolsonaro havia comentado algo sobre ruptura institucional com ele, Marinho afirmou que “de maneira nenhuma”.
“O presidente falava das eleições do Congresso, da importância de termos presença no Senado, da importância para o PL [Partido Liberal]”, afirmou Marinho.
Citando uma reunião da qual participou no Palácio do Alvorada, logo após o segundo turno, Marinho afirmou que Bolsonaro estava chateado, mas focado na transição de governo e contente com o resultado da eleição para o Congresso.
“[Nessa reunião], o presidente conversou conosco, agradeceu seus aliados e parabenizou os que haviam sido eleitos. Listou pontos que falaria no seu discurso de novembro e, inclusive, escolheu o ministro que faria a transição para o governo que estaria entrando, o Ciro Nogueira. Era uma conversa em que estávamos todos tristes com o resultado da eleição, mas o presidente estava preocupado com esse processo de transição e da maneira como deveria se dirigir a seus eleitores”, disse.
Nas eleições de 2022, em que também foram eleitos deputados e senadores, o PL foi um dois mais beneficiados, conquistando a maior bancada na Câmara dos Deputados.
Rogério Marinho foi a última testemunha do “núcleo 1” da ação penal que apura suposta tentativa de golpe de Estado. Nas últimas duas semanas, foram ouvidas 52 pessoas.
A maioria negou que os réus tivessem discutido ou arquitetado um plano para impedir a posse de Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Dois ex-comandantes das Forças Armadas, porém, disseram que Bolsonaro e aliados lhe apresentaram estudos sobre estado de exceção e Garantia da Lei e da Ordem (GLO) como medidas para manter o ex-presidente no poder.
O ministro relator do caso, Alexandre de Moraes, agendou para a próxima segunda-feira (9) o interrogatório de Jair Bolsonaro e outros sete réus do “núcleo 1”, que serão realizados presencialmente na sede do STF, a partir das 14h.