Em ligação para Celso Amorim, Wang Yi diz apoiar “soberania” brasileira e condena tarifaço de Trump Política, China, Donald Trump, Estados Unidos, Xi Jinping CNN Brasil
O ministro de Relações Exteriores da China, Wang Yi, conversou nesta quarta-feira (6) de manhã com o chefe da assessoria internacional da Presidência da República, Celso Amorim, e criticou “interferências externas injustificadas” nos assuntos domésticos do Brasil.
A expressão consta de nota divulgada pelo serviço diplomático chinês e é uma referência indireta à ofensiva do governo de Donald Trump nos processos relacionados ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), com a aplicação de tarifas de 50% sobre produtos brasileiros e sanções ao ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes.
“Wang Yi declarou [na conversa telefônica] que a China apoia o Brasil na defesa de sua soberania nacional e dignidade”, complementa a nota.
Além de ministro, Wang Yi é um dos mais altos funcionários na intrincada estrutura hierárquica do Partido Comunista Chinês, chefiando a Diretoria de Relações Exteriores do Comitê Central.
A nota da China reitera a importância do Brics, grupo criticado por Trump, na para consolidar “a solidariedade e a cooperação” no Sul Global.
“Usar tarifas como uma arma para reprimir outros países viola a Carta das Nações Unidas e mina as regras da OMC (Organização Mundial do Comércio)”, diz o texto divulgado por Pequim.
O teor da conversa foi confirmado por fontes do governo brasileiro.
Nesta semana, o conselho da Câmara de Comércio Exterior autorizou o Itamaraty a entrar com uma ação na OMC contestando o tarifaço de Trump.
De acordo com o texto chinês, Amorim exaltou a “profunda amizade” entre Brasil e China, enaltecendo a “forte confiança mútua” e a “cooperação frutífera” entre os dois países.
O conselheiro internacional do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) também corroborou, durante a ligação telefônica, críticas ao tarifaço americano.